quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Matrix reloaded

Seguinte: é normal eu escrever um texto para o blog e, minutos depois, ver que poderia ter escrito mais. E melhor. E diferente.

E a razão para isso é simples: eu não paro na frente do PC e decido que só vou sair daqui quando escrever algo über foda. Quando sinto vontade, o coração fala mais alto, qualquer dessas coisinhas bestas, venho para cá desço a lenha.

Sem parar ou revisar. Simplesmente escrevo e - pimba! - lá está uma nova postagem. No máximo, vejo que o texto está uma merda e apago tudo, começo de novo. Ou deixo pra lá. Nada de enxertar parágrafos ou inverter frases ou sei lá mais o quê. Só mexo em uma coisa ou outra depois que foi pra vitrine.

O motivo é razoavelmente simples: há quase dois anos trabalho em um jornal aqui de Volta Redonda, boa parte desse tempo como editor. E isso quer dizer que passo a semana fazendo entrevistas, pesquisas, tendo que consultar e parar e reescrever matérias, fazendo continhas e relendo tudo para ver se não existem erros, repetições e coisas do tipo. E, como editor, também reviso os textos do grupo que trabalha comigo - o que significa prestar atenção às repetições, coerências dos parágrafos, erros de português e acentuação, consulta sobre dados, nomes, siglas... Ou seja, mesmo que eu possa colocar lá um pouco do meu estilo de escrever sem obrigações profissionais, não deixa de ser um "trabalho braçal".

E é muito bom escrever apenas com o estômago, e esse é um dos motivos desse canto de presunção existir há tempos.

Mas vamos aos fatos. Escrevi o post anterior há menos de duas horas, fui conversar com minha namorada fofa pelo Facebook (pois é, celular que permite ligações sem limites de tempo por 25 centavos e ficamos na frente do computador...). Ela vai fazer suas coisinhas caseiras, vou me jogar no sofá para ler o livro que ela me emprestou... E vi que havia mais o que escrever para o momento.

Simples assim: EU ADORO A MINHA NAMORADA. Ela é linda, fofa, carinhosa, cuidadosa, atenciosa, inteligente, culta, capaz de dizer coisas maravilhosas e me prender por horas com suas histórias de vida e visão de mundo. Ela não me aprisiona, me deixa solto para fazer as coisas que ela não pode estar presente, e muito menos me obriga a estar em sua vida cotidiana naquele esquema 24/7.

Ela me permite ter saudade dela.

E é muito bom acordar ao lado dela. Ou ficar ao seu lado observando a vista de Mordor que o seu quarto permite. E ela tem um jeito peculiar de ser que é muito legal.

Ela é indie, sem ser mala. E ela não sabe de tudo, o que me permite apresentar coisas legais. Da mesma forma que ela me completa apresentando o que não tive oportunidade ou algo do gênero.

E ela é nerd, sem ser bitolada nesse mundinho. Ela diz gostar de novela, mesmo que eu nunca tenha observado isso.

E a minha namorada tem amigos legais, parentes legais, ideias sensacionais. E um pessimismo que chega a ser divertido porque ela sabe o quanto é estranha, às vezes.

E o mais legal (quantos "E" no início dos parágrafos!) é saber que tudo isso não começou de repente, ou de forma artificial como muitos relacionamentos internéticos. A gente já se conhecia, se admirava, mas precisou que uma série de eventos permitisse que descobríssemos o quanto poderíamos ter em comum. E deixar o encanto nascer.

Que fique claro, para quem ainda não percebeu: ELA É A NAMORADA MAIS LEGAL DO MUNDO. E É MINHA. NINGUÉM TASCA. Faça o favor de tirar o olho, ok?

E tenho dito. Por enquanto. Ainda é uma da manhã, e não sei se a minha psicose da madrugada vai voltar a agir. Até lá... Vou sorrir pensando nela.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A casa é sua

Posso enumerar uma série de coisas que indicam o quão sério um relacionamento se tornou: conhecer a família, os amigos, viajar juntos, almoço de Natal, livros emprestados, presentes misteriosos... E outras coisas  que todos conhecem de cor e salteado.

Mas não existe nada mais marcante do que aquele momento em que você percebe que ela está à vontade na sua casa. Quando ela pede um espaço no guarda-roupa para guardar aquela roupa de sair para emergências, a de ficar em casa, os cremes e perfumes e desodorantes e o que mais precisar. Chegar no banheiro e ver uma série de sabonetinhos e shampoos e condicionadores que você jamais compraria, mas que são essenciais para ela.

É como se a sua casa fosse a extensão da casa dela. Ou melhor: como se a sua casa fosse um pouco a dela, também. A certeza de que ela vai querer passar muitas noites ao seu lado, acordar contigo, um final de semana inteiro. Que não é passageiro, enfim.

Até porque você acaba mudando, também. As coisinhas que ela gosta de comer, beber (e isso inclui a cerveja, certo? E a Coca Zero também). A roupa de cama. O controle remoto em outras mãos (um perigo em mãos erradas! Mas não nas dela...).

Enfim: o tempo passa, as coisas ficam mais sérias, e isso é bom demais.

A casa é sua, minha linda. E que isso não tenha fim.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Constatação

"Adoro você". Não preciso de mais nada pra começar bem a semana.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Para quem não entendeu Matrix

Olha, eu tenho certeza que o texto aí debaixo ficou pesado demais para um momento que deveria ser sublime. Mas não vou apagá-lo. Está escrito. Ponto final. O que é feito, feito está.

Então... É o seguinte.

Eu tenho uma namorada. A gente se conhece há mais de dois anos, mas estamos namorando há apenas um mês. Isso. Trinta dias.

E eu estou feliz. Muito. Pra caralho.

Por um motivo simples: porque ela é maravilhosamente humana.

Tem defeitos como qualquer um, pode fazer besteira ou irritar como qualquer pessoa na face da Terra, e eu sei que isso vai se tornar mais frequente com o tempo.

Mas ela também é uma pessoa especial. Demais. Única. Encantadora. Cativante. Mesmo que ela (como ela mesma diz) seja estranha, às vezes.

Mas foda-se.

Só que eu a adoro do jeito que ela é. E sou um dos poucos que conhecem o verdadeiro "eu" dela.

E sou muito feliz por isso.

Porque eu sou o namorado dela há 30 dias, e ninguém pode tirar estes 30 dias de mim. E assim quero continuar, porque 30 dias é pouco. (Repetições para validar um ideia pode, Arnaldo?)

Sabe o motivo? Porque ELA É A NAMORADA MAIS FOFA DO MUNDO.

E revogam-se todas as disposições em contrário.

Feedback song for a dying friend

O ano de 2011 está próximo do fim, e eu deveria pedir desculpas a muitas pessoas. Por vários motivos. Por ter magoado, sido estúpido, faltado com solidariedade, egoísta, frustrado, amargo. Sim, uma série de coisas ruins. Muitas delas, a maioria mesmo, por não saber lidar com o fato de que crescemos e somos apenas mais um na multidão, que temos nossos defeitos, que não somos o último biscoito do pacote dos relacionamentos.

Foi um 2011 que começou com a esperança de que as coisas voltariam a ser perfeitas, mas com o sonho acabando antes de o carnaval ter um fim.

E daí veio a revolta. Amargura. Desejo de magoar a tudo e a todos, de pensar que apenas a insensibilidade e o egoísmo eram as respostas.

E eu acabei magoando um monte de gente (ok, não tanta gente assim, mas machucar um coração que seja já é muito, eu aprendi).

E depois foi a vez de me magoar, por voltar a ter 17 anos e acreditar demais em quem não merecia. E por um instante acreditar que poderia voltar a ter amor próprio.

O tempo passou, os mesmos velhos erros foram se repetindo, e a autoestima baixando a níveis de tempos em que eu era uma pessoa... Realmente estúpida. Foi um período de ansiedade terrível, de buscas infrutíferas, desilusões, esperanças vãs, atropelos e gente que, francamente...

Sinceramente? Estava tudo uma merda. Um homem de 37 anos no emprego que gosta, cursando a faculdade que sonhara, independente... Mas profundamente infeliz. E amargo. Desgostoso. Solitário. Sem confiança. Com medo de tudo. Desejando tudo e conquistando nada.

Confesso: eu passei a odiar as pessoas, a felicidade delas, ou o simples fato de seguirem em frente com suas vidas enquanto eu procurava algo. Ou esperava por alguma coisa. Ou alguém.

Meses em que acordar era difícil, sair de casa era uma tortura, ter que conversar com o mundo à minha volta como se tudo estivesse bem. E não estava. A vontade era de mandar todos à merda, cuspir na cara de todos o quanto nossa existência era vazia. E isso piorou ainda mais porque, de repente, me via tentado a tentar de novo, e de novo, e de novo. Viver de migalhas temporais de felicidade. Lutar por algo, alguém que... Não vou explicar o que não entendi até hoje.

E foi tudo piorando, piorando, piorando... A ponto de começar a afastar as pessoas. Era o pior de mim se alastrando por todos os meios reais ou não. E de repente percebi que estava no pior estágio: quando você quer alguém, QUALQUER PESSOA, apenas para não ficar sozinho.

Foi então que apelei para a ajuda veterinária - sim, isso mesmo - para ter o mínimo de equilíbrio. Mas que era precário demais.

Mas as coisas mudam.

Exatamente quando se está desarmado, de onde menos se espera. Quando comecei a conversar contigo, que estava na minha vida há tempos, que eu admirava mas sempre à distância. Até porque a distância era necessária na hierarquia em que vivíamos.

Se a identificação foi mútua, isso não quer dizer que a jornada foi tranquila. Havia a insegurança, a timidez que sempre aparece quando não deve, o "e agora?" que tornava as coisas mais complicadas. Mas fico feliz por não ter desistido. Porque eu percebi o encanto, e fui me deixando levar por ele. E não me arrependo.

Porque aprendi a te conhecer melhor, tanto no melhor quanto no que tem de mais complicado, e tudo isso me fez te admirar ainda mais. E gostar de ti. Ver que o que desejamos, buscamos, pode estar mais perto do que sonhamos, às vezes, e que basta apenas viver um dia de cada vez e não esmorecer. Só é preciso estar atento.

E uma das coisas mais importantes: saber que queria estar contigo não por medo de ficar sozinho, mas por ver em você as coisas que mais admiro em uma mulher, que me encantam.

É a sua beleza, inteligência, bom gosto, caráter, a forma como é romântica, dedicada, a possibilidade de uma conversa que pode durar semanas,aquilo que não pode ser dito, é estar em um relacionamento que promete mais do que a simples felicidade, companhia, cinema, programas familiares, livros, sexo, planos, viagens, mensagens bonitinhas no celular.

Falamos de quem já viveu o suficiente para saber que um relacionamento não é um jogo, uma guerra, descobrir quem tem o controle.

Eis que já são 30 dias juntos.

Tempo que passou tão depressa e devagar. Mas são 30 dias que fizeram de mim uma pessoa melhor, mais feliz, que trouxeram de volta o melhor da minha persona. E que estão me tornando uma pessoa ainda melhor, pois contigo percebo um novo universo se abrindo, novas descobertas excitantes.

Você tem me feito muito feliz, moça, e eu sei que tudo que eu possa escrever será irrelevante diante do que sinto. Sou apenas alguém que tenta se expressar de forma tosca e desajeitada, mas é de coração.

Beijos para ti, todos. E que estes 30 dias se multipliquem ao infinito.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mais rápido que...

Tenho passado por momentos intensos de serenidade nas últimas semanas, coisa raríssima em 2011. Depois de meses de frustrações, raiva, amargura e desesperanças mil, os últimos dias têm se desenrolado de forma que tudo ficou razoavelmente mais fácil de se resolver.

E isso é bom.

Sendo assim... Não vou arrumar motivos para perder minha paz. As coisas caótica (como diria Irene, sem concordância mesmo para ter graça) podem se resolver sozinhas, ou sem derramamento de sangue.

Vou viver o que tenho de bom para o momento contigo.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Nunca subestime o poder dos livros

Minha namorada, um dia, emprestou-me um livro.

Sendo sincero, ela ainda não era minha namorada. Poderia até dizer que estávamos juntos, mas não havíamos nos rotulado dessa forma que, enfim, me deixa muito feliz.

Mas o caso é este: ela acabou por me emprestar um livro, apaixonados que somos pelas letras, por escrever e enveredarmos por um mundo que não é o nosso, mas que tomamos emprestado.

Era um livro do Paul Auster, "Desvarios no Brooklyn", e terminei sua leitura há poucos minutos. E confesso que ele fez com que eu goste ainda mais dela.

Porque ela me fez ter em mãos algo que foi prazeroso do início ao fim, surpreendente em seu final pelo fato de ter contado uma história simples, de pessoas simples, que vivem suas vidas da mesma forma que qualquer um de nós: pequenos dramas, tragédias, alegrias, o inesperado, gente que chega e que parte.

Só conhecia o romancista norte-americano dos roteiros para o cinema de "Cortina de Fumaça" e "Sem Fôlego", histórias de seres humanos igualmente simples que vivem numa Nova York que apenas um nativo poderia saber contar. E foi o que encontrei no livro: conversas, situações e sentimentos que vivenciamos diariamente, mas não temos a capacidade de transformar em palavras, frases, capítulos, um livro.

Uma prosa simples, e ao mesmo tempo estruturada, onde as palavras fluem com facilidade e criam momentos únicos, deliciosos de se ler, para serem marcados e relidos e comentados - de preferência olhando para os teus olhos.

As situações simplesmente sucedem-se umas às outras, como no mundo real, e os dois últimos capítulos demonstram de forma cristalina como nossas existências, que consideramos importantes, são, ao final, de valos apenas para uma meia dúzia. A epifania de Nathan Glass, ao final, é a epifania de um sujeito comum que, por mais que deseje, não poderá mudar o mundo e jamais será celebrado além dos limites do quarteirão do Brooklyn onde vive. Por essa razão, o penúltimo parágrafo do livro é simplesmente magistral.

Eu, particularmente, lembrei de dez anos atrás, e percebi que a vida de todos nós é igual à de Nathan, Honey, Joyce ,Aurora, Tom, Nancy. Levamos nossa vida da forma que é possível, enquanto que a História com H maiúsculo fica por conta dos outros.

Felizes são aqueles que têm o prazer de poder ler algo que toca o coração e a alma. E mais felizes os que podem compartilhar esse prazer com alguém que têm igual paixão pelas letras.

E eu sou feliz por ter encontrado você, que me proporcionou a oportunidade de acompanhar uma história tão cativante. Uma pessoinha com quem posso conversar não apenas sobre livros, mas também sobre tantos assuntos que não caberiam neste post.

Nem mesmo numa vida.

Assim que terminar de absorver todas as emoções dos "Desvarios no Brooklyn" vou passar para o outro livro que me emprestou, ansioso por me encantar ainda mais com a sua capacidade de compartilhar comigo coisas tão sublimes e encantadoras.

Assim como você, que não subestima o poder dos livros. E que sabe me atingir onde é mais importante: no coração.


terça-feira, 29 de novembro de 2011

E contando.

Descobrir a mediocridade alheia é bem interessante para saber onde colocar os pés daqui em diante. Complicado é saber que ainda faltam uns 365 dias para me livrar de certas malas.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Devil's haircut in my mind

Ser humano é bicho irritante.

Vamos combinar que, sob muitos aspectos, falhamos miseravelmente como espécie dominante do planeta. E nem é questão de apontar o dedo paras as besteiras inomináveis que cometemos, poluir rios, oceanos, desmatar, extinguir espécies a rodo e outras coisas ecologicamente estúpidas.

Ser humano é irritante porque é... Irritante. Irritantemente individualista e egoísta ao se preocupar apenas com o próprio umbigo.

É o sujeito que ouve música no celular no ônibus, na fila, na rua - até em velório, se deixar - sem colocar fone de ouvido. Aquele que é incapaz de andar dois metros para pegar um ônibus e espera ele arrancar para dar sinal. O infeliz que não pode esperar pelo caixa para consumir a cerveja, comer o biscoito, tomar o iogurte. Que buzina feito um cavalo mesmo vendo que o motorista de frente deixou o carro morrer quando o sinal ficou verde. O demente que não pode esperar os 20 segundos do sinal vermelho e avança pelo acostamento. Aquele que precisa ter um som über-mega-ultra-absolute-hiper-super potente no seu carango e desfilar pelas ruas obrigando todo mundo a ouvir a sua trilha sonora pessoal. Os pais que acham que seu filho não faz nada errado na escola, que a culpa é do professor. O motorista de ônibus que te obriga a ouvir pagode/evangélico no sistema de som do ônibus. Os crentes que fazem culto à meia-noite. O bar que fecha a rua durante o final de semana. O cretino que põe o lixo em frente à sua casa. A madame que deixa o cocô do cachorro na sua calçada. Ligações de telemarketing no sábado de manhã.

As opções são muitas (perderia dias enumerando-as)  e, se for falar com esse povo, é capaz de acharem um absurdo você reclamar de qualquer coisa dessas. Entramos num estágio da evolução da cretinice, do "eu" acima de todas as coisas, com o "estou pagando" muitas vezes se tornando sinônimo para o abuso. Afinal, o "cidadão" está... Pagando.

Ver todas essas coisas costumam me irritar profundamente, porque sempre prezei pela educação e o respeito ao próximo. Hoje mesmo vi um desses pequenos absurdos em uma fila de loja de departamentos: um pai dividindo com OS FILHOS um saco desses de batatas chips que engordam. Vontade de dar um esporro inominável na criatura, mas...

Ah, mas os tempos são outros. Eu ainda me incomodo, eventualmente acabo não resisitindo e soltando uma farpa contra o estúpido da vez. Agora eu não posso pensar apenas em mim - ou melhor: tem alguém que me faz ver as coisas com mais serenidade. E você sabe que estou falando de ti.



























(Tá, eu confesso: o que eu queria dizer com toda essa verborragia é que gosto de você)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

The beginning is the end is the beginning

Vontade de dizer o óbvio.

Então... Vamos lá: A VIDA É FEITA DE CICLOS.

Chega um momento (e quando se tem 38 anos esses momentos são constantes, creia em mim) em que se olha para trás e é impossível não refletir sobre o que se deixou para trás. E não se trata apenas daquilo que se deixou pelo caminho por escolha própria - ou por falta de. É tudo aquilo que podemos chamar de passado pelo simples fato de já se ter vivido tal coisa. São os amigos, amores, casas, lugares, cidades, escolas, empregos, viagens, desafetos, loucuras, compromissos, privações, desafios, risadas, gafes, preconceitos, topadas, roupas, músicas, livros, jornais, esposas, brinquedos, cartas, documentos, fórmula 1, cadernos, lágrimas, mentiras, verdades, parentes, insônias, vizinhos, cachorros, professores, surras, indigestões, desmaios, festas, dores de barriga, futebol, gripes, cirurgias, férias, provas, namoradas, surpresas, decepções, angústias, compras, demissões, shows, ensaios, porres, peças, consertos e concertos...

É muita coisa, não?

E é da combinação desses fatores em momentos diversos, alguns de cada vez, que nossa história é construída. E os ciclos começam e terminam. Alguns praticamente simultâneos.

Porque somos capazes de encenar várias vidas ao mesmo tempo, atores que somos do absurdo.

Não são poucos os papéis que interpretei nessas quase quatro décadas. Do feto ao bebê de colo. Da criança que engatinhava e que passou a dizer as poucas palavras praticamente incompreensíveis. A primeira vez como o irmão mais velho. As primeiras aulas. O Primário em Roseira. O apaixonado por futebol e perna de pau. A descoberta de que as meninas existiam. O pré-adolescente tímido, imbecil e convencido. O adolescente tímido, imbecil e convencido. A primeira perda real. O estudante Segundo Grau. O primeiro emprego e a falta de responsabilidade. O adulto tímido, imbecil e convencido. O radialista. O namorado que virou marido. O homem separado que precisava começar tudo de novo. O universitário. O homem que apostou tudo e conseguiu ser o mais feliz do mundo por quase um ano. O jornalista. O terrivelmente solitário. O inseguro. O neurótico, ressentido e amargo.

Olhando em perspectiva, acredito que poderia ter sido bem pior.

Mas voltemos ao óbvio. Os ciclos.

Ainda vivo alguns dos personagens que a vida me ofereceu: o universitário e o jornalista estão entre eles. Mas agora existe mais um para a lista.

O otimista.

De tudo o que se passou neste ano, a vida me reservou um pequeno grande presente. A oportunidade de conhecer de verdade alguém que havia surgido tempos atrás de forma discreta, inesperada, mas dentro do script. Fazer a simpatia se tornar admiração, desejo, interesse, saudade, sorrisos, abraços.

Um gostar de alguém que só pode fazer bem.

Tenho agora a sorte de poder começar um novo ciclo contigo, pessoa que tanto admiro e por quem nasceu um sentimento que deixa o coração descompassado e sereno. Confuso e seguro de si. Alegria e ansiedade.

Dessa nova história que passamos a construir juntos não tenho a menor ideia de como ela vai terminar. Não sei o que iremos fazer, para onde iremos. Mas tenho certeza de que, hoje, não existe ninguém com quem gostaria mais de estar junto. Uma criaturinha com quem posso tanto me identificar e dar todos os passos necessários para sermos pessoas melhores.

O que começamos hoje não tem prazo para terminar. E eu quero viver intensamente essa história de nós dois.

Porque só poderia ser com você.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Supimpa

OK, digníssimos senhores... O que poderia ser contado agora?

A semana passou devagar, repleta de alergia e, agora, com uma tosse seca que parece me perseguir até o fim dos tempos. Quarenta horas sob os mais diversos medicamentos por nada. Creio eu.

Se bem que não vou reclamar da voz rouca de hoje.

Assunto recorrente, eu sei, mas o passar do tempo, o que fazemos com ele, não deixa de ser interessante. Quando nos deparamos, vivemos os dias a trabalhar, mofar na frente da tela de um PC, assistimos a coisas na TV que juraríamos jamais por os olhos.

E outras coisas mais.

Mas não estou a fim de praguejar contra os dias e horas e semanas perdidos. No fim, a vida acaba sendo um gigantesco desfile de coisas inúteis permeadas pelas situações, minutos e pequenos gestos que valem a pena.

Coisa definitivamente mais legar de se pensar.

Viver sozinho, sem conhecidos do outro lado da rua, traz o risco de, eventualmente, produzir aquele vazio típico da solidão. E eu tive, sim, momentos deveras complicados nos últimos meses. Que passaram.

Agora, o momento é de ter noção de que, sim: o trabalho vai, sim, ocupar muito tempo dos meus dias. Que a faculdade ainda me aguarda até o final do próximo ano - e que eu posso esperar pelo pior. Que terei muitas noites para chegar sozinho, trocar minha roupa e preparar qualquer porcaria entupidora de artérias porque a preguiça vence o bem estar. Que enrolarei rotineiramente até as duas da manhã lendo um livro, assistindo a um filme, seriado ou a já citada porcaria em alta resolução.

Mas reclamemos apenas do básico. Há muita coisa boa acontecendo ao meu redor para eu pensar em mesquinharias falsamente angustiantes.

São os amigos. A família. Os bons livros. E filmes. A lasanha de microondas. O chocolate branco. Radiohead. Ventilador. Banho gelado. A chuva. A imaginação.

E você, claro. Jamais poderia me esquecer.

Sem ansiedades, sabia?  Apenas a boa e velha saudade que renasce em outro aspecto por estar vivendo uma coisa nova.

Não quero me preocupar com prazos, eternidades ou efemeridades ou outras ansiedades desse mundinho pós-moderno.

Sabe? Quero apenas viver essa coisa boa, esses momentos bons, contigo.

Quando for para acontecerem.

Sem obrigações, apenas as que considerarmos justas.

E poder ouvir tudo o que tem a dizer, poder sentir as coisas boas que você me oferece. E dar um pouco do melhor de mim, todos os dias.

Viver estes dias contigo, mesmo que tão distantes (e tão perto)... É tudo o que preciso para o momento.

E estamos conversados.




quinta-feira, 10 de novembro de 2011

OMFG

Sabe quando você tem uma sacada bem legal e jura que vai lembrar o que é depois - pois já está deitado na cama, são duas da manhã e a alergia te dá uma moleza no corpo que te faz acreditar (por conveniência) que a inspiração pode ser guardada numa caixinha?

Pois bem...

Today, tomorrow, next week

É chavão dos mais batidos alguém chegar e escrever ou dizer para se "viver o dia". Sem planos, freios ou preocupações com o que está por vir.

Como se fosse possível não se preocupar se a mostarda está no fim ou se a sexta-feira se aproxima ameaçadoramente. Entre outras pequenas e grandes coisas que podem ser mensuradas apenas na cabeça de cada um. E a seu modo.

Não deixa de ser interessante a possibilidade de se soltar das amarras cotidianas que fazem com que deixemos de viver tantas coisas espetaculares ou tolas, mas que se tornam especiais justamente por nascerem das tolices, da mesma forma que é igualmente recompensador traçar um rumo e ver que o objetivo foi alcançado.

E é dessa forma que costumamos viver: entre as pequenas inconsequências da vida e a temperança, por assim dizer.

Ahn... Melhor recomeçar. Rumos errados. Sono. Mas, decididamente, a prosa começou do lugar errado.

A questão a ser posta aqui não trata de planos ou do passionalismo mais arrebatador. Falemos da calma.

A calma de poder viver um dia por vez, ao mesmo tempo em que se sabe do amanhã quase onipresente e do encadeamento de dias que se transformam numa sequência interessante de horas, momentos, ações, sonhos e tantas coisas mais.

Passar 24 horas desejando algo sem precisar sofrer por isso, ciente de que cada momento é único e não precisa ser apressado, e sim visto com olhos que apreciam a beleza e a ironia e o assombro do conjunto que compõe nossa existência.

É controlar a ansiedade, transformá-la no desejo consciente de que tudo está em seu lugar. De quem sabe a hora certa de esperar, mostrar-se vivo, que não esqueceu o que te faz enfrentar a jornada diária.

Mas, principalmente, entender que existe a hora de acender as velas, sentir o aroma, abraçar como se (aí sim) não houvesse amanhã, transformar a ordem em caos, espalhar o que te envolve e, então... Voltar a sentir-se vivo. E bem, muito bem.

Até começar tudo de novo.

Mas, enfim... Agora não é o momento de se lamentar a ausência, ainda mais quando se pode carregar um pedaço de outro alguém consigo. E não pensar no que se pode perder daqui a alguns meses, semanas ou anos. Ter a serenidade de ser feliz pelo tempo que nos é dado e conquistado simultaneamente.

O hoje, mais do que nunca, é a melhor época da vida para se viver.

É o que estou fazendo, e espero que você também.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sem algoritmos

Não é preciso fazer tantas perguntas, ou descobrir todas as respostas. Ou cobrar sentido da vida.

Basta constatar o absurdo das coisas e que o caos a nos cercar tem, sim, a sua razão de ser sendo o que não é - e continua sendo.

Pois no momento em que passamos a observar a vida e tudo mais com outros olhos acabamos percebendo a beleza, a ironia e outras coisas levemente absurdas com outros olhos.

E é neste momento que tudo parece fazer sentido: quando você deixa de fazer parte da paisagem e vejo teu sorriso num close que só eu tenho a sorte de admirar.

sábado, 5 de novembro de 2011

The song remains the same. Or not.

Há poucos dias conversávamos eu e você a respeito de livros, quando o nome de Nick Hornby surgiu e, obviamente, "Alta Fidelidade" acabou materializando-se na conversa. Inevitável.

"Adoro esse filme", "é um dos meus preferidos", "li o livro umas três mil vezes"... O de sempre.

E depois que essa conversa se transformou em anteontem me veio à memória um detalhe do filme que sei lá se um dia você chegou a fazer: a história da fita K7.

Bem... Isso entrega a nossa idade, certo? Para os garotinhos e garotinhas juvenis que conheço: o personagem principal do livro/filme tinha o costume de preparar fitas K7 para as futuras razões de seu afeto, e ele comentava exatamente sobre a importância que AQUELA FITA poderia ter sobre o futuro de um relacionamento que ainda abria os olhos. De como era essencial saber qual música colocar no início - que jamais poderia ser a mais importante -, saber escolher a sequência correta, colocar a música que ela mais gostaria num ponto que não a fizesse desistir do restante. Decidir qual música encerrar o Lado A para que o Lado B fosse aguardado com curiosidade (se você não sabe o que é Lado A e Lado B... Sinto muito, seu juvenil). Depois de uma longa e tortuosa seleção, gravar música por música, entregar para a jovem em questão no próximo encontro, e torcer para que a impressão fosse a melhor possível.

Enfim... Qualquer pessoa entre os 30 e - vá lá - os 50 e que fosse realmente apaixonada por música pop (qualquer música boa o suficiente para não ser esquecida) e com uma vontade imensa de querer impressionar alguém já fez isso em algum momento da vida pré MP3.

Eu fiz isso.

A preocupação em escolher uma música interessante o suficiente para iniciar a fitinha; escolher a sequência que melhor casasse com o "espírito" da coletânea. Você não imagina como era difícil.

Ter que escolher entre os poucos vinis à mão e fitas K7 em geral, por incrível que pareça, não era fácil. Mesmo que nosso universo antes da Internet fosse restrito, parecia ainda um mundo imenso de escolhas a serem feitas. Sem contar o trabalho de ficar mais de uma hora em frente ao som, gravando pacientemente a distinta.

E torcer para dar certo.

Era um esquema que dava certo, às vezes não, e o resultado poderia ser diferente com a mesma pessoa. A fita de hoje entusiasmou? A do mês seguinte... Nem tanto.

E também se gravava, eventualmente, algumas coletâneas para os amigos mais próximos, mas essas jamais tinham o mesmo esmero que você devotava àquela fita em particular. Afinal, muito do seu futuro estava depositado ali. O próximo encontro, o beijo esperado, essas coisas de quem tem coração e outras coisas pulsando.

Mas os tempos mudaram. O vinil virou coisa de colecionador, fitas K7 só se encontram nas mãos de gente como a filha da Irene e seus associados. Em tempos de Internet, com sites disponibilizando discografias inteiras em MP3... Quem ainda se preocupa com isso?

Mesmo agora, quando gravo a minha "coletânea" para você, ela não tem 14 músicas escolhidas a dedo para caberem em 60 minutos. São 58 discos inteiros em um DVD.

Mas confesso: mesmo assim foi difícil. Se não pensamos mais em músicas particulares de determinados artistas, temos que escolher algumas dezenas de álbuns entre milhares armazenados no PC. Nem dá para pensar em caçar naquela centena de CDs armazenados.

Confesso: EU ainda me preocupo. Mesmo que parte das músicas que eu mais amo estejam diluídas entre centenas de tantas outras, ela dizem muito sobre a minha pessoa. E elas foram escolhidas a dedo para você.

E se forem do teu agrado, e me ajudarem a começar a te conquistar... Poderei dizer que ganhei o dia.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A ciência da incerteza

Algumas das sensações mais intrigantes e interessantes são filhas da incerteza.

Essa coisa que se vive agora, perceber que existe algo dentro da caixa que você não sabe o que é.

(Sim, eu vi isso num seriado)

O que lhe é entregue são pequenas pistas, acenos distantes e desfocados e pequenos sussurros que dizem algo, e cabe a você tentar compreender.

Nem tudo na vida é fácil, e não seria agora que tudo seria entregue de mão beijada, rápido, fácil e como num conto de fadas. É o mundo real.

E com pessoas realmente reais, com histórias, personalidade e uma cabeça que ainda é difícil de compreender.

Mas você mesmo não se entende, tem precisado da caixinha verde para não ser consumido pela ansiedade.

Enquanto isso, tolices são deixadas pelo caminho por estupidez em compreender as coisas ou porque simplesmente não valem a pena.

É preciso viver um dia de cada vez e não se consumir pela curiosidade. Pelo menos não na frente dos outros.

Esperar para fazer o convite, torcer para que ele seja aceito, e não vacilar, ser o mais natural possível para que a noite seja perfeita e a manhã... A manhã, geralmente, é a melhor parte.

Suposições, enfim.

Vive-se a semana da incerteza, porque nem sempre a ciência é capaz de ter todas as respostas. Ainda mais quando não se conhece todas as perguntas.

Sua única certeza, por enquanto, é o desejo e um sentimento bom que parte dali, de dentro dessa caixa. E você vai fazer de tudo para descobrir o que existe lá.













Não seja tímida, estamos falando de você.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Bota o branco no preto

Eu gostaria que as coisas fossem mais claras. Pelo menos, deixo tentá-las assim.

Mas vejo que não é o que acontece.

Seria muito melhor se conseguíssemos entender o ser humano, ou que ele deixasse evidente o que quer da vida. Ou que fosse esperto o suficiente para quando você gritar "estou aqui".

Mas não é assim que acontece.

Existe até quem ri como se fosse uma adolescente de 22 anos.

Mas a vida é assim. Expectativas frustradas, desaparecimentos, falta de noção. FALTA DE NOÇÃO.
Coisas que nascem intensamente e desvanecem do nada.

Menos para você, mas quem mandou ser tão confiante?

Algumas situações são mais fáceis, "deletar" alguém da sua vida é uma das vantagens da virtualidade e de suas efemeridades.

Mas outras situações não são tão fáceis assim, e resta saber o que fazer. Gritar, esperar, seguir em frente?

Não é uma questão de instinto, e sim saber que na vida nem toda decisão é certa, e nem toda decisão certa leva ao melhor caminho.

Mas vamos lá.

Hoje é dia do vazio recorrente.

E da sensação de que se voltou, talvez, à estaca zero.

Em contraposição ao sol

Passado, presente e a expectativa de futuro se misturam de tal forma que você não sabe onde está.

O passado lhe permite o conforto, mas ao mesmo tempo fica evidente que o presente é uma impossibilidade. E que o futuro é uma utopia.

O presente? Parece uma miríade de possibilidades, mas apenas para você, O resto do mundo se preocupa com a Líbia, as baladas, em escrever asneiras, refugiar-se em seus quartos ou em outras coisas justificáveis ou estúpidas. Ou apenas tem razão em não querer molhar os pés antes da hora.

E existem os cretinos que só querem saber de se intrometer onde não é chamado.

E quem não consegue te enxergar mesmo que você grite a plenos pulmões, megafone à mão, e om o maior neon do mundo piscando em sua direção. Comerciais de dois minutos e outdoors espalhados pela cidade.

Ok, culpa da sua ansiedade que nem as gotas conseguem resolver.

O futuro? Esqueça. A única certeza é que o sol vai brilhar para alguém, mas você estará em contraposição à luminosidade que fazem as coisas tornarem-se realidade e excitantes e novas e felizes.

A sombra lhe aguarda, paciente. Acomode-se a ela.

sábado, 22 de outubro de 2011

A persistência do tempo

O amor não precisa de dias, semanas ou anos pra te fazer feliz. Ele precisa de pequenos instantes, minutos, breves horas para te lembrar o que é importante.

O abraço do qual sentia tanta saudade. A voz. O sorriso. A forma como tudo parece tão fácil quando se está junto, mesmo que exista hora para acabar e a vida voltar ao que era.

Mas isso não importa.

O que conta são as lembranças, o dia em que se voltou a ser feliz, em que tudo parece ser mais fácil como sempre.

Como se o que acabou estivesse sempre ali, presente.

Porque é o que seu coração diz, e você é esperto o suficiente pra acreditar nele.

Nem todo amor pode ser vivido diariamente, semanalmente, ou em momentos previamente combinados.

O amor é também improviso, o pagar para ver, a inconsequência que te deixa com o sorriso escancarado e o coração leve até o próximo despertar.

Ou até você lembrar que estava apenas sonhando acordado.

Se você já passou por isso...Parabéns.És capaz de saber que o amor pode até ficar escondido nas entranhas do coração, mas que ele jamais irá fenecer.

E procure sempre viver esse dia como se fosse eterno.



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

As canções que você fez pra mim

A última sexta-feira foi particularmente marcante, e tudo por causa de uma música.

Que eu não ouvia há anos, que sequer fazia parte do rol das minhas lembranças - ou das minhas favoritas.

Mas enfim... Ela apareceu e, dias depois, dei-me conta de algo que sempre falamos: as músicas que marcam as nossas vidas. Ou, se preferirem, aquilo que duas pessoas chamam de "nossa música".

Cada ser humano tem a sua particularidade, e a minha é a música. Mesmo que não saiba tocar uma nota sequer, ou seja desafinado de assustar crianças ainda no ventre materno. Ouço música  a maior parte do tempo: desde o momento em que acordo até dormir. É no PC aqui de casa ligado ao som, no celular, na televisão, nos DVDs...

Então eu me pego cantando a toda hora, mesmo que baixinho, ou mentalmente, enquanto trabalho, estudo. Sem contar as vezes em que uma frase numa conversa já me remete a uma música qualquer, e assim vai.

E também há as músicas que lembram os amigos, um momento específico da vida - aquele verão em que, ou o fim de semana quando só havia, e as músicas do..Q quando a fúria é maior que tudo. A trilha sonora da destruição.

Bons amigos meus podem ser lembrados por canções que ouço ou que sei que eles adoram, e que ao tocarem em algum lugar no caminho me farão lembrar deles.

Smashing Pumpkins. Aerosmith. Alanis Morissette. The Cure. Sonic Youth. Flávio Venturini. Até mesmo Taiguara (sim, Notle, você ficou marcado da maneira mais bizarra possível). Não importa se eu goste ou não, são pedaços de amizade que carrego comigo.

Mas as músicas mais marcantes, as que podem trazer de volta aquele sorriso ou a dor insuportável... São aquelas que você compartilhou com alguém no passado. Que sempre te farão lembrar daquela figurinha, para o bem ou para o mal.

E que você jamais vai poder dizer para o futuro objeto de desejo que "esta é a nossa música".

Porque é impossível reviver certos momentos.

Sem contar as músicas que se perde com quem não merecia (Sim, sempre vai existir aquela cretina que você vai se arrepender por ter perdido tempo com ela).

No fim, o tempo passa, as boas lembranças ficam, e você ouve aquela música pensando em quem passou e sabe que tudo valeu a pena. E jamais vai querer compartilhar aqueles versos com outra.

Mas também existe o outro lado. As músicas que você ama, adora, que fazem parte do passado e, por isso, são insuportáveis de ouvir. Porque elas te lembram alguém, a história que não deveria ter acabado, mas... Acabou.

E é preciso evitá-las.

Cantem o amor, a alegria ou a tristeza, tolices, um sonho de transatlântico, o meu refúgio...

As formas voláteis do nosso amor.

O que te fazia sorrir às dez da manhã de quarta-feira e que agora é uma lembrança... Que dói.

E é preciso viver com o que se tem, descobrir novas canções e novos amores.

Mas, principalmente, olhar em frente e lembrar que, mais perto do que se imagina, existe alguém que quer dividir suas canções contigo.

Uma nova vida.

Uma nova história.

Esteja onde estiver, saiba que eu quero descobrir qual é a nossa canção.

 E deixar meu coração acelerar quando ela tocar, porque nela estará um pedacinho de ti. E do nosso amor.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

1981-2011

E já se passaram 30 anos.

Tenho o péssimo costume de não lembrar o que se passou na minha vida desde que tenho capacidade para tanto - e isso inclui até mesmo a semana passada. Mas consigo lembrar que, há 30 anos, um dos meus tios (Zé Lúcio!) estava na casa em que morava com meus pais, lá no primeiro Jardim Amália, quando disse a ele que queria ser piloto de Fórmula 1.

Coisa normal: qualquer moleque com oito anos deseja ser essas coisas totalmente extravagantes. E era o ano em que o Piquet acabaria conquistando (ou já havia conquistado, minha memória etc.) o primeiro de seus três títulos. Piloto de verdade, não aquele garoto de comercial de margarina que a Globo vendia como a redenção do país...

Ops, sem digressões. No final das contas, ele disse: "Como você quer ser piloto se tem medo de lagartixa? É só jogar uma no cockpit que você sai correndo..."

Lagartixas à parte, tenho a certeza que, passadas essas três décadas, definitivamente não sou ou estou ou faço o que esperava naquela época - mesmo que não lembre o que esperava da vida em 1981. Eu disse, minha memória...

Certo, parece que estou andando em círculos por nada. O que desejo deixar claro é o seguinte: o mundo é muito maior, assustador e, mesmo assim, otimista quando temos oito anos. Achamos muitas coisas legais, desprezamos outras, pensamos na escola como um martírio, sonhamos coisas que, ao final, nem lembramos mais que foram sonhos. Pelo menos no meu caso.

Os rumos que a vida toma são tortuosos demais para termos certeza do amanhã, mesmo hoje. Que o diga antes dos dez. Só tive certeza do que queria da vida dez anos depois daquela noite em que conversei com meu tio, e mesmo assim passaram-se alguns anos antes de dar os primeiros passos para a minha realização profissional - e que ainda está no meio do caminho, mesmo que já esteja feliz com o que conquistei e faço.
Mas a existência não se resume a "ser piloto de Fórmula 1". Sonhamos com uma série de outras coisas: casas, amores, carros, viagens... E mesmo nisso posso dizer que minhas previsões foram redondamente equivocadas.

O que não quer dizer que o que vivi foi ruim, apenas diferente. Dos amores que vivi, das casas em que morei, e de uma série de pequenas coisas que fiz ou conquistei, muitas valeram a pena.

Temos o costume de pensar que o universo gira ao nosso redor, quando somos, na verdade, muito menores do que imaginamos. E nisso somos tragados por necessidades, decisões alheias, e até pelo Muro de Berlim.

E da mesma forma que hoje sou alguém totalmente diverso do que esperava há 30 anos, em 2041, se ainda tiver capacidade de escrever (ou se ainda estiver vivo), fatalmente estarei em um lugar onde jamais imaginaria estar, talvez com alguém que ainda não conheci - ou que só precisava conhecer melhor - mas, definitivamente, radicalmente diferente do que teria sonhado ou planejado.

Mas estou disposto a continuar no jogo.

E eu não tenho mais medo de lagartixas.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Disciplina é liberdade

Rugby sempre foi um esporte que considerei interessante, mas, até aí, nada demais - sou fanático por futebol americano desde a época das caravelas. Mas comecei a acompanhar e realmente entender as regras do jogo com a Copa do Mundo que se realiza na Terra Média (Nova Zelândia).

Noves fora as danças tribais dos jogadores da Terra Média (Nova Zelândia), Fiji, Samoa e Tonga, é interessante acompanhar a dinâmica do jogos, como cada jogador tem sua função definida, as táticas, os embates nas trincheiras e a disposição sem fim. sujeitos que se arrebentam contra os outros, que racham a cabeça e voltam ao campo com pontos no nariz e onde mais precisar.

E uma imensa torcida que acompanha isso. É o terceiro torneio esportivo de maior audiência no mundo, só perde para a Copa do Mundo de futebol e as Olimpíadas.

Tantos jogos depois - agora já entraram nas semifinais - uma das coisas que mais impressiona é a disciplina. e não falo da disciplina tática, mas da disciplina de quem sabe que se trata de um esporte, onde se luta, batalha, mas precisa haver o respeito. Trocas de "gentilezas" são normais, mas não rola pancadaria gratuita.

E o principal: NINGUÉM PEITA, DESRESPEITA O JUIZ.

No rugby você não se dirige ao árbitro com dedo em riste, peitando, gritando, montinhos de cinco ou seis reclamando do penal marcado. é o juiz que fala contigo, que te chama a atenção, que respeitosamente procura o capitão e diz a ele o que está errado e quais podem ser as consequências. E o capitão repassa as determinações aos demais jogadores.

A coisa é tão séria que o próprio árbitro, muitas vezes determina a posição do jogador, mas que ele saia do ruck (que não vou explicar aqui), tudo na mais absoluta firmeza e educação.

Dito isso, fica a pergunta: porque o nosso futebol é tão diferente assim, visto que os dois esportes são praticamente irmãos? Diz-se que a diferença está no fato de que os jogadores de rugby foram profissionalizados pra valer apenas em 1995, enquanto os árbitros já eram profissionais desde sei lá quando. E todo mundo sabe que, na bola redonda, o profissionalismo dos jogadores existe há quase cem anos, enquanto nossos homens de preto...

Mas só isso não é suficiente. A verdade é que a cultura do futebol se transformou numa cultura de vale (quase) tudo, jogadores aprendendo com árbitros frouxos a se impor em campo, só faltando tomar o apito e cartões de suas mãos.

Aliás, isso já aconteceu...

Futebol é isso: uma profusão de Neymares e Valdívias se atirando em campo por qualquer motivo, técnicos promovendo o revezamento de faltas, jogadores que quase quebram as pernas alheias e cuspindo na cara dos juízes o absurdo da marcação da falta ("futebol é para macho!").

Enfim, uma pequena metáfora de nossos dias.

Onde os seres humanos perdem o respeito alheio, que te tratam como o inimigo, espalhando grosseria e intimidações a três por quatro. Onde o conceito de autoridade - não como o que manda, mas o que orienta - é ridicularizado.

Dizer que se trabalha no que gosta, mas fugir das obrigações com a maior demonstração de ma vontade possível.

Fular filas de bancos, de ônibus, de supermercado, achar que tem que ser atendido primeiro proque "o meu problema é mais importante".

Vencer o "campeonato dos espertos".

Tentando levar em vantagem em tudo.

Com o ilícito sendo a regra, e não a exceção.

Afinal, o importante é conquistar os três pontos.

domingo, 9 de outubro de 2011

Just win, baby!

Vamos combinar que... Do jeito que está, não pode ficar.

Mudanças são necessárias.

E urgentes.

Um tanto difícil saber para onde ir, o que eliminar de ruim e assimilar o duro aprendizado das coisas que se vive até durante os sonhos mais bizarros que se pode ter. Mas vamos fazer algumas coisas, sim.

Analisar melhor quem está à nossa volta.Com quem conversamos. Aquelas "tipas" que realmente não valem duas linhas de conversa.Prestar atenção em quem é realmente interessante. Tem o que dizer. E com senso de humor.

E que fale muito palavrão.

São coisinhas aqui e ali que precisam ser ajustadas.

E eu juro: vou ouvir Stone Roses assim que acordar. I wanna be adored.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Uma corrida impulsionada

Cansaço.

Cansaço sincero.

Cansaço sincero e absoluto.

E é de gente estúpida.

De quem não leva as coisas a sério.

De quem acha que sabe tudo da sua vida, vem querer arrotar suas opiniões sobre tudo e que merce tomar infernalmente no cu.

De quem não percebe que certas coisas são diretamente direcionadas a ela e ainda vem sorrir pra você.

Cansaço de quem não sabe viver.

Que acha que ter uma porra duma casa, esperar que tudo seja do seu jeito, incapaz de perder duas horas de sua vida por algo maior.

Que só vê os defeitos, e nunca a felicidade.

Que vai morrer velha e seca por não se permitir ter um coração aberto.

Cansado de ver tanta gente dizendo desejar a felicidade e fazer absolutamente porra nenhuma para isso.

Cansado de gente que promete,e foge, foge, foge, foge  e foge.

E foge.

Cansado de gente covarde.

De gente falsa.

De pretenso conhecimento.

Do academicismo que mascara o puro e cristalino sinal de que está apenas matando tempo e garantindo o seu.

Cansado da inveja.

Cansado das pessoas.

Cansado da felicidade alheia.

Com ódio além do que possa conceber.

E cansado de mim.

Cansado da mesma sequência cotidiana.

As mesmas conversas.

As mesmas promessas.

As mesmas ilusões.

Cansaço de toda noite ser igual.

Toda manhã.

Todo final de semana.

Cansado de ver o tempo passar e nada acontecer.

De acreditar que posso ser um ponto diferente na multidão.

Apenas para descobrir o fantasma que sou.

Cansado de tentar ser legal.

De acreditar que o que sei, o que sou, o que fiz e pretendo ser tem alguma valia.

Porque de nada vale.

Acredite: estou aqui, mas você não me vê.

De tudo o que carrego comigo, somente uma coisa não farei: depreciar meus amigos; são poucos, mas bons. Disso jamais reclamarei.

Mas minha independência, conquistas, cultura, gostos, desejos, a vontade de compartilhar, viver uma vida que suplante a minha existência como um... Ah, isso não vale nada.

É o meu maior engano.

Acreditar em mim.

Acreditar nos comerciais e seriados e filmes e livros.

Em cereais pela manhã.

Em sorrisos ao seu lado quando acordar.

A contar os segundos no ponto de ônibus.

Acreditar que havia uma feia, uma pequena, uma sei lá o quê.

É ilusão.

E tudo isso - e muito mais - me deixa irremediavelmente cansado.

E se passaram apenas 38 anos.

E tudo o que existe é cansaço. E decepção.

Histórias que tiveram um fim - que não foi feliz.

Parabéns, Júlio, você não conseguiu.

6

Por um instante eu tive o lampejo de escrever algo minimamente positivo hoje, mas a estupidez humana conseguiu castrar toda a minha disposição.

domingo, 2 de outubro de 2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

000000000000000000000000000000

Vontade.

Vontade de zerar tudo.

Família.

Amigos.

Relacionamentos.

Empregos.

Faculdade.

Cidade.

País.

Passado.

Presente.

E futuro.

Personalidade.

Sonhos.

Expectativas.

Esperanças.

Amores.

Desejos.

Trepadas.

Memórias.

Músicas.

Livros.

Filmes.

Redes sociais.

Apelidos.

Altura.

Peso.

Cor.

Cabelo.

Roupas, casacos, sapatos e meias.

Opiniões.

Abordagens.

Maturidade.

Estilo.

Palavras.

Gestos.

Sociabilidade.

Tato.

Minha cama.

Meu quarto.

Minha casa.

Pratos preferidos.

Esporte.

Bondade.

Egoísmo.

E um pouco mais.

Tudo.

ABSOLUTAMENTE TUDO.

Zerado. Uma página em branco.

Sem referências de coisas, lugares, pessoas, cheiros, sentimentos e habilidades.

Algo que nunca existiu.

Para ver se, começando de novo, sem nenhum rastro do que sou ou já fui, eu possa enfim encontrar o que procuro.

Eu só preciso ser o zero, o ponto de partida, o nada primordial.

Sem forma ou substância.

Para enfim poder dar certo.

Mas isso NUNCA VAI ACONTECER.



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

#333

Há momentos em que você precisa seguir pelo caminho mais difícil. Porque ele é o melhor. Ou talvez porque seja o único.

E não se trata de filosofia barata, mesmo que seja óbvio e doloroso. É a constatação de que nossos sonhos, muitas vezes, são apenas sonhos. Ainda mais quando são apenas nossos e de mais ninguém.

Ainda mais quando o outro alguém é incapaz de sonhar.

É a história que se repete: o chão que desaparece, a falta de rumo, a insegurança, ansiedade e a impressão de que todas as possibilidades estão contra você. Que as regras do jogo são criadas e modificadas para que exista sempre um único perdedor.

Ainda mais quando se deseja algo que ninguém mais se importa. Pelo menos não contigo.

A sensação da invisibilidade.

Ou de que é preciso se contentar com pouco.

A vontade de gritar que sim, você existe. E tem sentimentos. E uma vida. Um coração. Senso de humor, ronco e bons filmes na prateleira. Bons amigos. Um abraço quente e café da manhã na cama e o desejo de recomeçar toda a noite anterior. Que busca encantar nos menores gestos.

E dividir as coisas banais.

Não é fácil, infelizmente, por mais simples que possa parecer.

E que encaremos o caminho mais espinhoso.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

730 dias

Eu só queria voltar a ser o que fui durante um breve espaço de tempo: o homem mais feliz do mundo.

3

É estúpido, sim.

Saber que todas as possibilidades estão contra e, mesmo assim, não desistir.

Ver do nascer ao pôr do sol nada mudar e, ao final, não esmorecer.

Muito em razão de as opções não mudarem, a novidade nunca surgir, estar aberto o que poderia vir. Mas que nunca chega. Estando disposto ou não, a história tem sempre o mesmo final.

Ou repete os capítulos.

Ou simplesmente acontece nada.

E o que fica é a saudade. A vontade. Aquela angústia. Uma esperança difusa, tola, inacreditável, que qualquer um do outro lado da cerca pode perceber. Menos quem deveria.

É saudade, saudade, saudade e saudade. E saudade. é o indefinível, absurdo mesmo. Daqueles enormes, abissais, vontade imensa de gritar e partir e procurar e se declarar pela octagésima milésima vez.

Porque é impossível desistir. Porque não há motivos para acreditar.

Mentira.

Há motivos, sim. É aquela coisa que alimenta algo que é chamado de alma. E de coração. E de desejo. E de vontade de viver algo que parece nunca ter fim, que só precisa do olhar e de poucas palavras para parecer que é imortal, que jamais foi interrompido. Que é a perfeição em forma de momento. Tirar do cotidiano a força motriz capaz de tornar a existência um pouco menos opressora, vazia e inútil.

Algo único que só conseguimos sentir por uma pessoa.

E é a pessoa que realmente importa.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

351

O tempo passou mais depressa do que se esperava. Ao se deparar com a estrada percorrida, percebeu que o percurso fora longo.
Muitas paradas, novos caminhos desconhecidos. Estradas pavimentadas de ouro, ilusões e apenas a boa e velha terra batida.

Que muitas vezes se transformou em lamaçal.

Sem contar as vezes em que se acabou perdido no acostamento. Porque o ônibus partiu e não fez a menor questão de avisar.

E nisso o tempo passou. A estrada se bifurcou. Ou o caminho era apenas um.

Ou vários, mas isso não importava: pois não havia opção. Pelo menos, acreditava-se nisso. Porque havia a necessidade desesperadora de se chegar a algum lugar.

Que era, enfim, lugar nenhum.

Até chegar o momento em que se descobre que o ponto de chegada é o ponto de partida. Pois, não importa o que aconteça, todos os caminhos sempre me levam até você.

terça-feira, 19 de julho de 2011

77

Ajoelhado perante o nada absoluto refletia sobre os passos anteriores. E os futuros. Diferenciar um do outro era tarefa impossível, visto que não havia como conceituar o que vivera e o que estava prestes a tornar passado.

Tal situação não o diferenciava dos outros que passaram pela mesma calçada do anonimato e da reles sobrevivência. Nada havia de extraordinário, exceto aquele dia em que.

Ninguém vai querer saber.

"Estamos aqui por algum propósito divino?", questionava-se, mesmo não acreditando em deuses ou celebridades. Relembrava das lições ensinadas e nunca aprendidas, que não ensinaram a amar o próximo.

Pelo menos também não se apaixonara pelo vil metal.

Mulheres, empregos, amigos, ressacas e jornais velhos estavam no seu pequeno livro da vida. Papel gasto inutilmente. Medos e decepções compunham os capítulos mais longos, escritos em letras miúdas para caberem todas naquele espaço.

Uma vida que não valeira a pena ser adaptada para a TV, cinema, teatro. Nem mesmo uma radionovela mexicana.

Ao mesmo tempo, a insignificância e a incredulidade o libertavam para viver de acordo com suas regras, mesmo fazendo parte do agrupamento em que todos os primatas pensantes estão inseridos. O que tinha lhe bastava, poderia viver perfeitamente cm o pouco que tinha desde que não houvesse incômodo algum de quem não compartilhasse seu reino particular.

Talvez faltasse um pequeno detalhe, algo que começou a perceber com o passar dos próximos capítulos: se cada cabeça é uma ilha, existe o momento em que tudo o que desejamos é trocar o isolamento por algo simples e, ao mesmo tempo, tão profundo e complexo.

A verdade é que ele mesmo não entende muito bem o que se passa, mas tem a certeza de que não pode viver mais da maneira em que se encontra.

Ele tomou ciência, enfim, de que precisa ser feliz.

Com você.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Não duvide: ainda vai chegar o momento em que seu maior desejo será romper as amarras que o prendem à vida monótona e insignificante de todo santo dia santo.
Geralmente isso ocorre após uma frustrante torrente de esperanças e expectativas que se mostram vãs antes mesmo da linha de chegada do momento perfeito imaginado.

Mas a vida é assim, cada dia uma inclinação a mais na ladeira das pequenas derrotas cotidianas dos mamíferos que vivem sobre duas patas e se equilibrando entre ônibus lotados e compromissos e prazos e... Meio copo de vinho.

Pois não somos de ferro.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Quero fugir de todas as palavras, todos os pensamentos, obrigações e canetas e livros e jornais e computadores e aparelhos de televisão.

Quero me concentrar em nada.

Simplesmente esquecer das toneladas de coisas físicas e etéreas que me cercam a todo instante, mesmo quando durmo. Ignorar os desejos, anseios, transformar a ansiedade em nada menos que nada.

Preciso, apenas, ver a vida com outros olhos e deixar de pensar que certas coisas são importantes além da conta.

Seria eu um abençoado se pudesse ignorar todas as coisas e pessoas do mundo.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Não quero que estejas abaixo de mim, nem que eu esteja sob teu julgo.

Basta que estejamos lado a lado.

Meu desejo é que o ato de compartilhar não seja apenas uma história perdida em livros que falam de um sujeito que padeceu na cruz. É ver brotar daí o verdadeiro companheirismo que pode existir apenas quando os dois veem o mesmo caminho, mesmo que este esteja sob a mais densa neblina das infinitas possibilidades.

É saber que o instinto se tornou um sentido tão confiável quanto a visão, a audição.

Não quero te arrastar comigo como um fardo pesado, e sim te puxar a mão e caminhar ao teu lado. Precisamos que os dois estejam dispostos a ter o outro como igual.

Que nossas experiências e opiniões e conselhos sirvam de combustível para que o amor seja mais que beijos ou mensagens de celular às oito da manhã.

Que as conversas não sejam embates infindáveis sobre quem irá derrotar o outro pelo cansaço ou lógica irrefutável de "quem está certo". Nós teremos a razão e a falta de lógica. Saberemos extrair dos dois aquilo que será o mais importante ao final.

Será a hora de dizer basta aos orgulhos mesquinhos para que possamos ter a certeza de que o respeito vai cimentar o que está para ser construído e escrito.

Como se cada dia fosse um dia de Ano Novo, repleto de promessas, esperanças e bons presságios.

Mas isso só vai acontecer se nos olharmos nos olhos, na mesma altura, como iguais.

E que estejamos combinados.

sábado, 18 de junho de 2011

É chegado o momento em que uma nova história precisa ser criada. Mas nada de trabalhos solitários.

Prefiro que minha história seja a NOSSA HISTÓRIA. Criada a quatro mãos, todos os dias, em todos os instantes. Sem revisões, pesquisa entre o público, sem necessidade de descobrirmos que seremos mais "rentáveis" entre o público dos 14 e 25 anos. Sem pipoca e refrigerante e celulares tocando sem parar.

É a nossa história. Nosso filme. Independente de tudo e todos.

Sem direção, guiados apenas por nossos instintos, improvisando a todo instante o que já estava escrito.

Que o fim seja exatamente o começo de nossa jornada. Sem intervalos, sem tela grande, com a tridimensionalidade que dispensa óculos.

Porque é real.

Somos reais. Sempre fomos. História que não é baseada em fatos reais. Porque é vivida a cada segundo, desde o primeiro comentário aleatório até... Até...

Bem, essa parte ainda desconheço.

Mas é o que mais desejo neste instante.

Te conhecer.

Olhar nos teus olhos.

Ter a certeza que teus lábios são a coisa mais cativante que descobri desde o pão de forma fatiado.

Que esse teu olhar de mormaço esconde muito mais, que espero descobrir a cada dia.

Eu simplesmente quero tudo.

Eu simplesmente quero que a história da tua vida seja a minha história.













Sem mais.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Só por hoje o amanhã se tornou irrelevante. Talvez, ao acordar, todas as sensações ruins que costumam me acompanhar feito cachorros de rua esfomeados voltem a seus lugares de direito.

Mas o que importa é que hoje eu me sinto bem. Não por me sentir realizado ou coisa que o valha. A sensação é de saber que hoje, pelo menos hoje, posso me sentir com a alma lavada.

Difícil explicar essa sensação de que a vida segue em frente, a todo vapor, e que a queda do cavalo aconteceu na casa do vizinho.

Sentir sua autoestima de volta, a certeza de que você pode ser mais que as mesquinharias que tanto te perseguiram nos últimos meses.

Que o seu amor próprio novamente lhe pertence.

Amanhã eu posso voltar a sentir o vazio, a solidão, o medo de coisas que não se devem explicar porque a vida de cada um é como lhe convém, com suas dores e alegrias particulares que existem para não ter explicação.

Apesar de meu coração dizer que o vazio foi lá para longe.

Acreditarei nele.

O que me importa, hoje, não é o que ficou para trás. Isso virou apenas uma desagradável nota de rodapé na minha vida, que será facilmente colocada nos momentos pouco relevantes desses 37 outonos.

Hoje, só por hoje, e amanhã, e depois e além, o que me importa é viver o futuro.

Que está repleto de promessas.

E eu farei de tudo para que elas sejam cumpridas.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Perdemos tempo.

Instantes.

Plenitudes e epifanias que giram ao nosso redor como táquions de oportunidades que possuem uma capacidade de nos arremessar a outro estado de existência. Viver o depois agora.

Ao invés disso, porém, todavia, todos os entretantos que possam ser transformados em sinônimos, cá estamos nós arrastando experiências terrenas que não produzem aprendizado, evolução, benefício.

Felicidade em estado bruto.

Talvez a mais valiosa de todas, por não passar por lapidação, síntese, questionamento.

É importante, sim, viver cada situação conforme os compassos regidos pela sinfonia que faz todas as coisas se entrelaçarem. Mas não precisamos abraçar o rigor matemático do tempo em... Tempo integral.

Há o momento de se trabalhar, estudar, e esperar que a fila da Receita Federal peça que se dê um passo à frente. A pequena grande desgraça que envenena nossas almas infantis é se abraçar exclusivamente à escravidão do mundo modernos de cartões de ponto, roletas, engarrafamentos, fast foods emocionais e 2.354 calorias consumidas em oito minutos para não se perder prazos que serão ignorados quando a conveniência mostrar que não somos nada para quem nada tem.

O que se vê, porém, é um mundo que oferece tanto ao mesmo tempo que exige demais. Velocidades de conexão que desconectam-nos do que um dia era tão caro e simples, prazeroso e divertido.

Tornamo-nos artificiais.

Amizades em pacotes de bits.

Relacionamentos medidos em pixels e bônus de celulares.

Distâncias dramaticamente encurtadas para que sejamos, ao final, tão distantes.

Não.

O mundo que temos é o que desejávamos, e se assim está é porque tomamos a superestrada informacional para lugar algum.

E que talvez não tenha volta, satélites não possuem vias alternativas.

Mas vamos seguir em frente.

Lembrar e redescobrir o quanto que de carne e osso temos ainda para gastar até o final, e lembrar que do outro ponto dessa conexão existe alguém "vivendo" exatamente a mesma vida, tentando entender o absurdo das coisas mesmo que não tenha a menor noção do que está fazendo.

Deixar que a virtualidade se materialize, para que sejamos o que carregamos desde o momento que nascemos.

Humanos.

Sem Protocolos de Internet.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Hoje, a minha vontade é de escrever uma carta para você.

Contar como foi o meu dia, e confesso que ele me cansou mais do que esperava. Resultado de uma noite que foi curta e de um sono breve e pesado. De pequenos silêncios e risos e perguntas que não querem calar. E de coisas que não queremos fazer.

Dia de pequenas irritações e correrias e fome que precisou esperar. De escolhas, negociações e pesquisas. E sono. E preguiça.

E expectativa.

E também conversas sem rosto que pediam apoio, e outras que trouxeram inesperadas descobertas. Além daquelas que parecem chegar a lugar algum. Não poderia faltar a que serve apenas para me perguntar: "por que diabos ainda me preocupo com isso?"

E foi hora de mudar de ares, de preparar coisas que foram ignoradas. Reencontrar pessoas, me divertir um bocado, e testar algo que parece uma causa perdida.

Enfim... Minha vontade era poder revelar para ti as cores do mundo que enxergo através dos meus olhos, mesmo com a minha coluna que vive a se tornar um incômodo gigantesco. Poder filosofar sobre coisas importantes e cretinas pelo simples desejo de compartilhá-las contigo, nessa vã tentativa de tentar entender um mundo que é muito menos que eu, que nós dois. é o mundo que precisa aprender conosco, é totalmente irrelevante tentar entender sérvios, croatas, muçulmanos, ortodoxos gregos, fãs do UFC e gente que assiste a shows de Mariah Carey.

De que adiantaria entender toda a geopolítica ou a teoria das cordas se eu for incapaz de desnudar a sua alma quando você olhar para o lado, envergonhada pela minha cantada mais adolescente?

É preciso que nossa história se torne o centro das coisas para que, assim, tudo possa se conectar aos poucos, encontrando o seu lugar em nossa realidade.

Eu quero, sim, que a piada sem graça que ouviu no trabalho seja a coisa mais importante do meu dia. Que você seja o sol do meu dia, a lua da minha noite. Que todas as minhas histórias, todos os meus segredos, desejos e conquistas sejam seus.

Eu quero que todas as minhas cartas, olhares, suspiros e canções sejam endereçadas para você.








Antes, porém, eu preciso descobrir quem é você.


domingo, 15 de maio de 2011

Ah, sua feia

Existe algo especial, único, que carregarei comigo até o túmulo. Ou pode ser que também me atirem ao mar quando estiver lívido.

Mas isso não importa. Esteja onde estiver, queira o destino me carregar por caminhos inesperados e tortuosos... Você estará comigo.

O teu sorriso.

A tua voz.

Aquelas poucas centenas de dias em que fomos um, em que qualquer criatura com o mínimo de sensatez poderia ter certeza de que eu era o homem mais feliz do planeta. E eu sequer precisava de dinheiro ou conquistas pessoais ou bens.

Eu só precisava de ti.

Era a constatação de que o improvável poderia dar certo por um motivo bem simples: o respeito mútuo, o companheirismo, a capacidade de conversar e, mesmo discordando, saber que tudo terminaria bem.

Pelo simples fato de que éramos as pessoas certas, no lugar certo, no momento certo.

De repente percebi que não poderia ter tudo o que esperava. E ao mesmo tempo era como se eu tivesse muito mais do que havia desejado. Era ter comigo alguém que, sem fazer esforço, havia me conquistado irremediavelmente desde o primeiro instante, o primeiro sorriso, e que não precisava de muito para me cativar a cada dia mais.

De tudo de maravilhoso que existia restaram as fotos. De uma época em que a felicidade era absoluta e estava estampada em nossos sorrisos, porque juntos éramos a conjunção perfeita do que deveria ser o dois que se transforma em um. Instantâneos que mostram o quanto a vida poderia ser... Perfeita? Não. Mas a prova cabal de que um mundo poderia se resumir a nós dois e fazer todo o sentido.

Mesmo que as fotos não existissem mais, sempre teria comigo as lembranças. De todos os dias, todos os pensamentos, ligações, os momentos em que você descia do ônibus e toda a espera se justificava. As noites que passamos juntos. As risadas, os apelidos, todas as vezes em que pegamos no pé um do outro. Todas as histórias que tínhamos para contar e que vivemos juntos, também.

Eu só posso agradecer a você por ter feito parte da minha vida, e assim poder olhar nos teus olhos e dizer "eu te amo".



























Sua coisa.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Já sofri feito o cão por amor, e não foi apenas uma vez.

Sentir seu coração feito em pedaços, pisoteado e atirado em qualquer sarjeta imunda não é uma situação que se encare com a mesma facilidade com que se encara tantos outros momentos ruins de nossa carreira como seres humanos nesta esfera imperfeita e - segundo Gagarin - azul.

Mas é o preço que se paga por estarmos vivos, por acordarmos todos os dias lutando não apenas para sobrevivermos dentro da cadeia alimentar, mas também para encontrarmos sentido no sentido da existência pura e simples.

Toda a dor acaba vindo do desejo de não sentirmos dor, alguém já disse isso, mas é um dos resultados finais que a peleja oferece. Apanhamos mais do que batemos, é verdade, mas é essencial pelejar. Acovardar-se porque o último final deixou cicatrizes é para os fracos de espírito; ter receio, colocar os dois pés atrás e respirar fundo por dois ou três minutos é normal, mas fugir à vida? Ah, isso é covardia.

Porque o mundo não para, as oportunidades surgem a cada segundo. E renunciar à vida, à felicidade, por causa de quem não merece, é proporcionar regozijo a cretinos que não se importam contigo. Carregar as marcas no coração, um pouco do luto, é parte da bagagem que faz de nós humanos e únicos dentro da variedade de seres pensantes que preferem salmão grelhado ao invés de carne podre de antílope.

Renunciar à chance de ser feliz para ficar alimentando a dor? Não, obrigado. Ainda carrego comigo desilusões de quem em muito investi e - infelizmente - não deu certo, mas nem por isso me coloco fechado a quem possa olhar para mim e ver o que tenho de melhor a oferecer.

Se o teu olhar cruzar com o meu amanhã, e eu sentir que você é a criatura com quem posso ter um futuro, eu não irei fugir, me acovardar. Porque o amor pode carregar muito de dor, mas ainda é a principal mola para nos impulsionar à felicidade.

E EU NÃO TENHO MEDO DE SER FELIZ.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Em algum momento as coisas irão retornar ao normal e me tornarei o que costumo ser: uma pessoa bem-humorada (hífen?) capaz de rir das situações cotidianas e que tem na esperança o motor a impulsionar todas as minhas manhãs.

Porém, até lá, reservo-me o direito de destilar meu ódio e rancor contra toda a humanidade e a todas pessoas que se dizem "felizes".

Uma hora passa, mas, por enquanto...

EU ODEIO VOCÊS.

domingo, 24 de abril de 2011

It's very simple.

Incontáveis outonos depois, cá estamos com o coração a escapulir pela boca, ansiosos por algo que nem sabemos muito bem o que é. Apenas que nos deixa com a epiderme eriçada a ponto de imaginarmos que não estamos no país tropical abençoado por Deus, mas sim em alguma nação próxima ao círculo polar ártico, onde quem manda são os futuros habitantes de Valhalla.

Nossa inconfundível capacidade de sentir.

Sendo assim, cá estou eu, ansioso, temeroso - mas com a esperança gritando a plenos pulmões que o céu azul e a música que toca são sinais inconfundíveis de que tudo vai dar certo.

A sincronicidade não existe apenas para você estar no lugar errado na hora errada, mas também para criar uma história com incontáveis finais felizes, pelo menos enquanto eles tiverem de existir.

It's very simple: a oportunidade de mudar não o todo - mas a parte que é preciso - esmurra as portas do destino que é criado por você, e tudo que se precisa fazer é dizer "seja bem vinda".

Vejo no futuro uma história fabulosa a ser escrita a quatro mãos. Aqui estou, sente-se ao meu lado, e vamos fazer desse papel em branco algo único e maravilhoso.

Basta a você se permitir. It's very simple.




terça-feira, 19 de abril de 2011

Existe aquele momento exasperante em que você já sabe que fez tudo que podia. Certo, talvez quase tudo.

É quando você se pergunta o que pode ter dado errado. E talvez a verdade é que você tenha tentado demais, amado demais... Sinceridade demais e ser "legal demais" nem sempre ajuda.

Porque a verdade, meu caro, é que o preto no branco não existe. Possivelmente nem o cinza. São tons esmaecidos demais para os seus olhos cansados. As pessoas são complicadas, é preferir pássaros voando apesar de você oferecer os mais belos canários de sua coleção.

E é por isso que eu não vou desistir da felicidade, mas não vou me apegar a esperanças vãs que são massacradas "pelo passado" ou por resoluções que só valem contra você e são ignoradas para todos os outros confrades de sua espécie.

Apesar do absurdo das negativas recebidas ao oferecer o mundo e um pouco mais, é o que tenho a presentear a quem assim desejar. Que saiba valorizar as canções perdidas nas madrugadas e a as palavras sinceras que não têm hora para nascer.

Que seja para você, que quer viver o hoje, o amanhã, e não se privar das boas possibilidades por convicções que servem de válvula de escape para os medos e afins. Que olhe para a mim e veja o que tenho, o que sou, e que prefira tomar mais uma taça de vinho mesmo que a de ontem tenha provocado a maior ressaca moral da sua vida.

No dia em que olhar para mim e perceber o amor que tenho por ti, não desvie, não fuja, não fique a desconversar. Abrace essa nova aventura maravilhosa que se entrega aos seus braços, que pode levar a caminhos diferentes e sublimes.

Estou, sinceramente, de coração aberto para receber teus carinhos, tuas palavras, olhares, gestos, beijos, beliscões, mordidas, unhadas e arranhões. E sorrisos, suspiros, lágrimas, gargalhadas e confidências madrugada a dentro.

Eu quero, sim, me apaixonar por você. A porta está aberta, basta entrar. Seja bem vinda ao meu pequeno universo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Existem certas urgências que não conseguimos explicar. Um belo eufemismo para ansiedade. Mesmo já tendo completado 37 voltas em torno do astro-rei ainda me vejo com a sensação de que é preciso resolver-se tudo hoje. Aliás, agora.

Que palavras sejam ditas, olhares correspondidos, que a ação saia do campo da simples retórica.

E o mais engraçado é perceber que vivo numa torrente de emoções que lutam entre si: a razão contra o lado esquerdo do peito, ambos absolutamente irredutíveis em suas posições.

E quem precisa ser o juiz sou eu.

Já se pode perceber que isso não costuma dar certo.

Mas deixe estar: impetuoso ou racional, meu único desejo é fazer o que é certo ao final, saber a hora certa de liberar a fúria apaixonada que bombeia o meu sangue e também quando deixar o cérebro frear meus ímpetos de quem parece ter voltado a ter 14 anos. O tão falado equilíbrio que parece existir em... Alguém sabe dizer?

E assim vamos vivendo, esperando o dia chegar, o encontro acontecer, os sorrisos escapulirem naturalmente enquanto as mãos se entrelaçam e os lábios aguardam a confirmação do que se sonhou. Mesmo que as partes envolvidas sejam diametralmente opostas no que diz respeito ao otimismo.

Até que se prove o contrário, carrego comigo a certeza de que tudo dará certo. Afinal, tenho tudo a ganhar.

E você também, não duvide disso!

sábado, 9 de abril de 2011

Pode ser que absolutamente nada aconteça hoje. Que eu fique preso à minha casa o dia inteiro cuidando da faxina e ouvindo música e lendo e assistindo à TV e praguejando meu destino insólito enquanto algum comercial de produto milagroso se cristalize na tela.

Ou pode ser que tudo dê certo.

É uma parte indissociável da nossa persona: a expectativa.

O que eu quero, hoje, é me deitar e pensar no que me encanta até perder toda a consciência. E acordar, demorar a dormir de novo, rolar na cama. E então dormir novamente, e sonhar, e novamente acordar com a mão formigando. E o dia amanhecendo.

Perceber então como é difícil dormir quando há muito o que fazer, dizer, sentir, desejar.

Para então acordar praguejando que o celular te desperta mais uma vez com uma música animada que não condiz com meu estado de estupor morfético. Mas tudo bem, logo irei me lembrar do que me espera e a vontade será de gritar ao mundo o quanto eu quero estar feliz ao fim do dia.

Será hora de observar o lento derretimento dos segundos que teimam em passar tal e qual caixas de supermercado entediadas numa tarde de quinta-feira. E talvez lutar com o telefone, sentir a respiração fugir, e talvez não alcançar o objetivo. Ou não.

E aí a música se tornar mais alta e me sentir no meio de um musical, por mais ridículo que considere toda aquela cantoria cinematográfica.

Toda a preparação, a escolha, as horas passando ainda mais devagar. Com outros compromissos a resolver, coisas que não esperam o amanhã, mas que se dane. É uma questão de se livrar das correntes e partir para encontrar o destino.

Com o sol fugindo por entre as estruturas de metal que há décadas compõem a paisagem, será o momento de o coração teimar em fugir pela boca, esquecer tudo o que passou e voltar a ter quinze anos (ou treze, ou mesmo vinte e sete).

Será o momento em que a vida pode tomar um rumo totalmente diferente.

Acredite, é o que mais desejo.

















(Mas pode ser que esteja praguejando meu destino em menos de doze horas, não há otimismo que resista à pessimista realidade. Façam suas apostas)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sempre existe um momento em que precisamos fugir da solidão como se esta fosse uma criatura invencível, com seus milhares da cavalos de potência ou uma capacidade de permanecer infatigável, enquanto nós, reles mortais que somos, precisamos lutar - e perder - com o fato de que somos falíveis.

É porque essa solidão é um pequeno demônio de dezessete mil vidas, não importa se estamos em um estádio de futebol, em uma lotação, ou rodeados de amigos. Ou da família.

Basta apenas que as coisas deixem de fazer sentido por um instante.

Tudo uma questão de perspectiva, eu sei. Mas não é da nossa natureza o egoísmo? E sejamos sinceros: nem todo o egoísmo é ruim.

Acreditamos piamente que tal coisa nos fará felizes: um carro, o emprego, o título mundial, o sexo sem limites, o amor. A partir daí qualquer coisa que nos impeça parecerá um capricho da natureza, ou simplesmente maldade no coração de alguém.

E isso nos faz terrivelmente solitários.

Mesmo num dia em que tudo pareça correr bem, que seus amigos e colegas te elogiem, que todas as piadas sejam engraçadas, que tudo ocorra a seu tempo, lá estará aquele instante em que você respira fundo, se olha no espelho, e pensa: "que desgraça".

Porque ninguém, definitivamente, conhece o ser humano enraizado na alma que chora, ri, deseja e trama. Sente inveja, medo, decepção.

E, a bem da verdade, você tem o direito de sentir isso. Eu tenho esse direito também.

Hoje eu não me sinto só, sinto apenas saudade de algo que - ora, veja - ainda não vivi. Mas anseio. O que sinto hoje é a ausência.

Mas também tive meus dias ruins, não imaginas o quanto. E eram dias bons, ao final. Porém, me reservei o direito de achar que tudo, quando as cortinas baixavam, as luzes se apagavam e deitava virado para o lado vazio da minha cama... Ah, a solidão me perseguiu, sim.

Com certeza não estou absurdamente feliz como tempos atrás, pelo menos não posso me queixar da tristeza insensata. Tenho uma boa carga de esperança inflamando meu peito.

Vamos ver como será o amanhã.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Eu simplesmente não sei mais nada sobre mim mesmo.

Por favor, alguém explique que maldita profusão de sentimentos bons e ruins é essa que me toma o lado esquerdo do peito e não me deixa em paz.

Cansei de sorrir em um momento para, logo depois, estar me sentindo como se a vida fosse um tormento miserável que só me faz sentir inútil.

Essa ridícula sensação de me sentir desejado em um momento, para logo depois me considerar o mais desinteressante dos homens.

Eu não quero mais ser "legal".

Eu quero a reciprocidade, maldição! Peço demais, por acaso?

Quero sim o absurdo, o sublime, o inenarrável.

É amor, sexo, companheirismo, risos, obrigações. Ombro, o sexo, a nudez, telefonemas, mensagens, fotografias, o óbvio, ovos de páscoa, dia dos namorados. Sexo, almoços de domingo, conversas profundas, fila de supermercado, besteirol. Uma gaveta em meu guarda-roupa só pra você, sua foto na estante, chocolate & TV.

E sexo. E suas roupas espalhadas pelo chão. O livro que você deixou para ler na minha casa. Aquela comédia romântica que você tanto quer assistir comigo. O tubo de pasta de dente apertada pela metade. Você sentada no sofá, nua, às três da manhã, tomando sorvete e me contando alguma história de quando tinha 13 anos de idade.

Conversarmos enquanto cozinhamos qualquer coisa que acabe queimando, apenas para rirmos disso no futuro. Esperar pelo outro que sempre se atrasa. Cartões de aniversário. Emails. O seu par de meias. O sutiã que parece nunca combinar com a calcinha. Pijamas e músicas populares.

E sexo. E amor. E desejo. Unhas. Mordidas. Marcas nos braços. Cabelo desarrumado.

Um pedaço de você no meu universo.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Se existe verdade absoluta nesta vida, saiba que já a conheço. Mas não espere grandes revelações, é o fardo de cada um fazer a descoberta e tentar viver com ela a partir de então. O que explica o fato de muitos preferirem a ignorância, quem deseja ter de carregar o peso da verdade ignóbil?

Eu, por minha vez, só posso agradecer a quem me mostrou o caminho. É tudo muito mais difícil agora, mas talvez seja melhor viver com o desejo de vingança fazendo seus lábios sangrarem - enquanto se fica com os dentes contraídos - do que estar mergulhado no delírio da falsa felicidade latente oferecida pelos comerciais de margarina e canções populares que você busca no vasto mundo virtual.

A vida é absurda demais para fazer o mínimo de sentido.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sem ânimo. Existe algo que ainda possa ser dito e que faça algum sentido?


Não. Definitivamente não.