Ou pode ser que tudo dê certo.
É uma parte indissociável da nossa persona: a expectativa.
O que eu quero, hoje, é me deitar e pensar no que me encanta até perder toda a consciência. E acordar, demorar a dormir de novo, rolar na cama. E então dormir novamente, e sonhar, e novamente acordar com a mão formigando. E o dia amanhecendo.
Perceber então como é difícil dormir quando há muito o que fazer, dizer, sentir, desejar.
Para então acordar praguejando que o celular te desperta mais uma vez com uma música animada que não condiz com meu estado de estupor morfético. Mas tudo bem, logo irei me lembrar do que me espera e a vontade será de gritar ao mundo o quanto eu quero estar feliz ao fim do dia.
Será hora de observar o lento derretimento dos segundos que teimam em passar tal e qual caixas de supermercado entediadas numa tarde de quinta-feira. E talvez lutar com o telefone, sentir a respiração fugir, e talvez não alcançar o objetivo. Ou não.
E aí a música se tornar mais alta e me sentir no meio de um musical, por mais ridículo que considere toda aquela cantoria cinematográfica.
Toda a preparação, a escolha, as horas passando ainda mais devagar. Com outros compromissos a resolver, coisas que não esperam o amanhã, mas que se dane. É uma questão de se livrar das correntes e partir para encontrar o destino.
Com o sol fugindo por entre as estruturas de metal que há décadas compõem a paisagem, será o momento de o coração teimar em fugir pela boca, esquecer tudo o que passou e voltar a ter quinze anos (ou treze, ou mesmo vinte e sete).
Será o momento em que a vida pode tomar um rumo totalmente diferente.
Acredite, é o que mais desejo.
(Mas pode ser que esteja praguejando meu destino em menos de doze horas, não há otimismo que resista à pessimista realidade. Façam suas apostas)
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