domingo, 10 de novembro de 2013

Red Hot Chili Willie

Mais de um ano distante do blog, e eis que retorno sei lá por qual motivo. Ninguém sentiu falta, já li em diversos lugares que os blogs estão morrendo, que o Facebook dominou geral...

Mas não custa insistir.

Tudo porque o sábado foi repleto de música. Em algum momento lembrei que hoje tinha o tal festival Planeta Terra, e torci para que o Multishow estivesse transmitindo as apresentações do Blur e Beck. Ledo engano: rolava um tal Circuito Banco do Brasil, com Raimundos, Titãs (perdi os dois), Yeah Yeah Yeahs e Red Hot Chili Peppers. Com direito a comentaristas do canal que entendem do riscado, e outros que definitivamente não.

Titãs não fez falta. Tocaram aqui na terrinha mês passado e gostei, muito mais por deixarem a fase mais "família" - de "Domingo" para cá - de lado e tocarem o "Cabeça Dinossauro" na íntegra. Ok, muito bom relembrar alguns clássicos, e tal, mas ficou a impressão de que a idade pesa. Muita coisa tocada em velocidade mais baixa, sem o mesmo punch. Ou eu que esperava demais. É o fardo de quem já tocou com fúria porque a sentia e hoje tem outros objetivos na vida.

Ah, e não tocaram nada do "Titanomaquia", simplesmente imperdoável.

Yeah Yeah Yeahs... Mesmo que não ouça com constância, taí uma banda que merecia mais reconhecimento. É foda ver como o povo é cretino: nego só quer Red Hot Chili Peppers, então ignora solenemente uma apresentação do caralho, Karen O e Cia. mandando ver em "Zero", "Sacrilege", "Heads Will Roll"... E ninguém pulando.

E ainda dizem que são do rock and roll.

Do Red Hot eu não esperava muito, mas me surpreendi. Desde o Holly Rock de 93, tudo que assisti do grupo me pareceu no piloto automático, sem tesão, como no Rock in Rio 3. Muito disso é culpa do "Mother's Milk" e do disco que tem "Give it Way", sempre espero ver os caras alucinando no palco, metendo a cabeça na parede de chapisco, como se fossem um Iggy Pop com suingue. Mas acabou sendo bem melhor do que esperava, achei os caras bem mais animados na beirada dos cinquentinha.

E ainda houve tempo para um mini debate com a razão do meu afeto justamente quando tocavam "Give it Way". Como é tocar a mesma música por mais de 20 anos? Hora de lembrar dos Stones tocando "Satisfaction", e a lembrança de que, pelo menos, eles têm uns 15 hits para entrar no setlist, então a repetição nem deve fazer tanto mal.

Pior deve ser o Urge Overkill, que só tinha aquela música do "Pulp Fiction" - que nem sei se é deles, tenho o CD aqui pra conferir, mas não vou. Quem quiser, o Google está aí. O mesmo deve valer para os fãs do Nenhum de Nós que só conhecem "O Astronauta de Mármore" - que é uma versão tosquíssima de uma canção do Bowie.

Hoje (ontem, já estamos no domingo) também foi dia de ouvir umas coisas pré-minha existência, álbuns clássicos de Stevie Wonder, Isaac Hayes e Cat Stevens. A música pop daquela época era um troço deveras interessante: mesmo que houvesse a pasteurização, havia gente que produzia o que dava na telha e ainda assim tocava nas rádios. Eram tempos diferentes, mas interessantes.