Só por hoje o amanhã se tornou irrelevante. Talvez, ao acordar, todas as sensações ruins que costumam me acompanhar feito cachorros de rua esfomeados voltem a seus lugares de direito.
Mas o que importa é que hoje eu me sinto bem. Não por me sentir realizado ou coisa que o valha. A sensação é de saber que hoje, pelo menos hoje, posso me sentir com a alma lavada.
Difícil explicar essa sensação de que a vida segue em frente, a todo vapor, e que a queda do cavalo aconteceu na casa do vizinho.
Sentir sua autoestima de volta, a certeza de que você pode ser mais que as mesquinharias que tanto te perseguiram nos últimos meses.
Que o seu amor próprio novamente lhe pertence.
Amanhã eu posso voltar a sentir o vazio, a solidão, o medo de coisas que não se devem explicar porque a vida de cada um é como lhe convém, com suas dores e alegrias particulares que existem para não ter explicação.
Apesar de meu coração dizer que o vazio foi lá para longe.
Acreditarei nele.
O que me importa, hoje, não é o que ficou para trás. Isso virou apenas uma desagradável nota de rodapé na minha vida, que será facilmente colocada nos momentos pouco relevantes desses 37 outonos.
Hoje, só por hoje, e amanhã, e depois e além, o que me importa é viver o futuro.
Que está repleto de promessas.
E eu farei de tudo para que elas sejam cumpridas.
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