Vontade.
Vontade de zerar tudo.
Família.
Amigos.
Relacionamentos.
Empregos.
Faculdade.
Cidade.
País.
Passado.
Presente.
E futuro.
Personalidade.
Sonhos.
Expectativas.
Esperanças.
Amores.
Desejos.
Trepadas.
Memórias.
Músicas.
Livros.
Filmes.
Redes sociais.
Apelidos.
Altura.
Peso.
Cor.
Cabelo.
Roupas, casacos, sapatos e meias.
Opiniões.
Abordagens.
Maturidade.
Estilo.
Palavras.
Gestos.
Sociabilidade.
Tato.
Minha cama.
Meu quarto.
Minha casa.
Pratos preferidos.
Esporte.
Bondade.
Egoísmo.
E um pouco mais.
Tudo.
ABSOLUTAMENTE TUDO.
Zerado. Uma página em branco.
Sem referências de coisas, lugares, pessoas, cheiros, sentimentos e habilidades.
Algo que nunca existiu.
Para ver se, começando de novo, sem nenhum rastro do que sou ou já fui, eu possa enfim encontrar o que procuro.
Eu só preciso ser o zero, o ponto de partida, o nada primordial.
Sem forma ou substância.
Para enfim poder dar certo.
Mas isso NUNCA VAI ACONTECER.
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