sábado, 6 de novembro de 2010

The humans are dead

Confesso, antes de mais nada, que o título é nada a ver. É um pedaço de uma música dos neozelandeses do Flight os the Conchords que toca neste exato momento.

Enfim, talvez o importante seja falar sobre isso: o momento. Eu nem sabia o que iria deixar marcado a ferro, fogo e bytes aqui, quando me veio a palavra... O "momento". Tudo aquilo que passa e a gente não vê, mesmo que tente capturar cada instante em especial. O tempo é relativo, mas não pode ser parado.

Pelo menos até algum físico dizer "yes, we can".

Talvez possamos, isso sim, esticar o momento. Porque o significado das palavras depende, também, daquilo que esperamos delas. É lembrar do... Momento que se vive. Principalmente viver o agora, ora bolas, bolinhas e bolões. O passado nunca morre, mas precisa ser um caminhão de 16 toneladas com o freio de mão puxado sendo carregado no muque morro acima?

Vamos viver o milissegundo que acabou de virar História, aguardar o que o futuro nos reserva, aproveitar "The Walking Dead" e parar de suspirar pelas "TV Piratas" da vida. Quem precisa de Dire Straits em um mundo que tem Jens Lekman para nos lembrar que a vida pode ser irônica?

É um bom momento para se viver o momento.


(E eu nem sei se caminhão tem freio de mão, mas... Que se dane)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

E foi... Assim

Decidi que, a partir de agora... Não.

É uma abstração. Talvez fosse "mais" correto dizer que... Ora, estamos todos perdidos.

Sob esse verniz de que "tudo está bem", essas demonstrações públicas de bom humor, tiradas espirituosas e sacada geniais, na verdade escondemos nossas tristezas e medos. E frustrações.

É o medo da morte, o medo da solidão, a infelicidade de ver a vida passando velozmente enquanto carregamos a pesada corrente que nos deixa para trás. Pode ser o trabalho, o relacionamento indesejado, o vizinho vulgar. A Igreja do Oitavo Dízimo.

Fico imaginando que tipo de disposição vazia pode produzir esses famosos livros de autoajuda que tantos carregam feito um Bíblia Sagrada da Autoestima quando, na verdade, esses sujeitos continuarão por anos sem fim perseguindo clientes em sapatarias perguntando o que desejam. Não são os "dezessete passos acrobáticos do grande empreendedor" que farão a diferença: são as coisas consideradas chatas, cansativas, que fazem a diferença.

Mas ninguém quer realmente suar a camisa do intelecto.

O que se procura é o caminho mais fácil.

Caminhos fáceis à parte, o importante é voltar ao rumo, chega de digressão por hoje. É preciso ter em mente que a vida não é curta, mas as oportunidades podem ser únicas. Amar não é fácil, ser amado menos ainda, talvez. É miseravelmente difícil adivinhar quando esse sentimento tão poderoso, torturante e maravilhoso vai surgir, muito menos se vai resultar em uma via de mão dupla.

É a falta de lógica. À vezes, o que se quer está à sua frente, mas você diz "assim não". Prefere o caminho mais tortuoso, a personalidade diametralmente oposta, apenas porque existe algo que você não consegue definir. É esse pequeno demônio, cupido é fruto da imaginação dos tolos.

Enfim... Demônios, cupidos e sites de relacionamentos são apenas desculpas para o nosso irresistível desejo de ter alguém, seja para não se sentir miseravelmente sozinho ou porque sentir o coração descompassado é tão vital quanto o ar poluído que respiramos. Eu sou assim: preciso amar (talvez não de um amor), sentir esse frio que pode congelar a espinha como se ela fosse partida por touros raivosos em Pamplona, sinto que me relacionar é vital; ter a companhia noite a dentro, o contato, o telefone tocando e o sorriso na hora que acabo de descer do ônibus ou chego atrasado para o cinema.

Definitivamente não quero muito pois acredito, apesar de tudo, que amar não deve ser difícil. Precisamos apenas nos permitir.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

É difícil recomeçar. Mas é preciso.











Então... Vamos lá.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Pergunte a qualquer um, e... Não, pergunte nada. Apenas uma certa porcentagem da humanidade é movida por anseios. Aqueles momentos em que você precisa fazer algo que é impossível explicar. Por mais estúpido e incompreensível que seja, apenas precisa ser feito. E naquele momento, não adianta deixar para depois.

Sejamos sinceros: você precisa apenas da gargalhada histérica, de poder ridicularizar a pessoa ao lado, dar um abraço apertado ou correr feito uma criança. Cantar bem alto a música que ninguém pode saber que você conhece e que acha legal. Demonstrar o quanto você está cansado do tédio que acomete a vida de todos, ter a sensação de que pode ser livre e desapegado das coisas do mundo e dos compromissos da vida em sociedade.

Confessionário: ligar agora para a pessoa que me faz feliz, conversar com ela até o dia raiar, desejar que ela pegue o primeiro ônibus para minha cidade, para vermos o sol nascer e dormirmos juntos com aquela sensação que só os corpos unidos podem proporcionar. E acordar quando desse na telha, para comermos qualquer besteira que possa nos causar um infarto fulminante daqui a vinte ou trinta anos, mas sentirmos que estamos vivos AGORA. Perder a noção das horas e dos dias. E rirmos juntos das nossas atitudes inconsequentes sob o chuveiro.

Quero poder acordar todos os dias às três da manhã para, encostado à janela, admirar o seu sono merecido, parcialmente coberto pelo fino lençol, e pensar em como a vida pode ser boa, afinal. Anular todas as distâncias. E cantar no seu ouvido as coisas mais lindas que eu conheço, mas também as tolices que te fazem rir e me apertar quando tento fugir de ti.

Eu, que odeio os musicais, quero que todas as tolas canções de amor, as canções pop que podem salvar minha vida, se transformem na trilha sonora da minha existência. Há tanto que desejo para minha vida que seriam necessárias três encarnações, apenas para começar. Coisa de quem chuta a porta do tribunal da vida e exige o que é seu de direito.

Creio que vocês entenderam a mensagem.