quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Feedback song for a dying friend

O ano de 2011 está próximo do fim, e eu deveria pedir desculpas a muitas pessoas. Por vários motivos. Por ter magoado, sido estúpido, faltado com solidariedade, egoísta, frustrado, amargo. Sim, uma série de coisas ruins. Muitas delas, a maioria mesmo, por não saber lidar com o fato de que crescemos e somos apenas mais um na multidão, que temos nossos defeitos, que não somos o último biscoito do pacote dos relacionamentos.

Foi um 2011 que começou com a esperança de que as coisas voltariam a ser perfeitas, mas com o sonho acabando antes de o carnaval ter um fim.

E daí veio a revolta. Amargura. Desejo de magoar a tudo e a todos, de pensar que apenas a insensibilidade e o egoísmo eram as respostas.

E eu acabei magoando um monte de gente (ok, não tanta gente assim, mas machucar um coração que seja já é muito, eu aprendi).

E depois foi a vez de me magoar, por voltar a ter 17 anos e acreditar demais em quem não merecia. E por um instante acreditar que poderia voltar a ter amor próprio.

O tempo passou, os mesmos velhos erros foram se repetindo, e a autoestima baixando a níveis de tempos em que eu era uma pessoa... Realmente estúpida. Foi um período de ansiedade terrível, de buscas infrutíferas, desilusões, esperanças vãs, atropelos e gente que, francamente...

Sinceramente? Estava tudo uma merda. Um homem de 37 anos no emprego que gosta, cursando a faculdade que sonhara, independente... Mas profundamente infeliz. E amargo. Desgostoso. Solitário. Sem confiança. Com medo de tudo. Desejando tudo e conquistando nada.

Confesso: eu passei a odiar as pessoas, a felicidade delas, ou o simples fato de seguirem em frente com suas vidas enquanto eu procurava algo. Ou esperava por alguma coisa. Ou alguém.

Meses em que acordar era difícil, sair de casa era uma tortura, ter que conversar com o mundo à minha volta como se tudo estivesse bem. E não estava. A vontade era de mandar todos à merda, cuspir na cara de todos o quanto nossa existência era vazia. E isso piorou ainda mais porque, de repente, me via tentado a tentar de novo, e de novo, e de novo. Viver de migalhas temporais de felicidade. Lutar por algo, alguém que... Não vou explicar o que não entendi até hoje.

E foi tudo piorando, piorando, piorando... A ponto de começar a afastar as pessoas. Era o pior de mim se alastrando por todos os meios reais ou não. E de repente percebi que estava no pior estágio: quando você quer alguém, QUALQUER PESSOA, apenas para não ficar sozinho.

Foi então que apelei para a ajuda veterinária - sim, isso mesmo - para ter o mínimo de equilíbrio. Mas que era precário demais.

Mas as coisas mudam.

Exatamente quando se está desarmado, de onde menos se espera. Quando comecei a conversar contigo, que estava na minha vida há tempos, que eu admirava mas sempre à distância. Até porque a distância era necessária na hierarquia em que vivíamos.

Se a identificação foi mútua, isso não quer dizer que a jornada foi tranquila. Havia a insegurança, a timidez que sempre aparece quando não deve, o "e agora?" que tornava as coisas mais complicadas. Mas fico feliz por não ter desistido. Porque eu percebi o encanto, e fui me deixando levar por ele. E não me arrependo.

Porque aprendi a te conhecer melhor, tanto no melhor quanto no que tem de mais complicado, e tudo isso me fez te admirar ainda mais. E gostar de ti. Ver que o que desejamos, buscamos, pode estar mais perto do que sonhamos, às vezes, e que basta apenas viver um dia de cada vez e não esmorecer. Só é preciso estar atento.

E uma das coisas mais importantes: saber que queria estar contigo não por medo de ficar sozinho, mas por ver em você as coisas que mais admiro em uma mulher, que me encantam.

É a sua beleza, inteligência, bom gosto, caráter, a forma como é romântica, dedicada, a possibilidade de uma conversa que pode durar semanas,aquilo que não pode ser dito, é estar em um relacionamento que promete mais do que a simples felicidade, companhia, cinema, programas familiares, livros, sexo, planos, viagens, mensagens bonitinhas no celular.

Falamos de quem já viveu o suficiente para saber que um relacionamento não é um jogo, uma guerra, descobrir quem tem o controle.

Eis que já são 30 dias juntos.

Tempo que passou tão depressa e devagar. Mas são 30 dias que fizeram de mim uma pessoa melhor, mais feliz, que trouxeram de volta o melhor da minha persona. E que estão me tornando uma pessoa ainda melhor, pois contigo percebo um novo universo se abrindo, novas descobertas excitantes.

Você tem me feito muito feliz, moça, e eu sei que tudo que eu possa escrever será irrelevante diante do que sinto. Sou apenas alguém que tenta se expressar de forma tosca e desajeitada, mas é de coração.

Beijos para ti, todos. E que estes 30 dias se multipliquem ao infinito.

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