quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Today, tomorrow, next week

É chavão dos mais batidos alguém chegar e escrever ou dizer para se "viver o dia". Sem planos, freios ou preocupações com o que está por vir.

Como se fosse possível não se preocupar se a mostarda está no fim ou se a sexta-feira se aproxima ameaçadoramente. Entre outras pequenas e grandes coisas que podem ser mensuradas apenas na cabeça de cada um. E a seu modo.

Não deixa de ser interessante a possibilidade de se soltar das amarras cotidianas que fazem com que deixemos de viver tantas coisas espetaculares ou tolas, mas que se tornam especiais justamente por nascerem das tolices, da mesma forma que é igualmente recompensador traçar um rumo e ver que o objetivo foi alcançado.

E é dessa forma que costumamos viver: entre as pequenas inconsequências da vida e a temperança, por assim dizer.

Ahn... Melhor recomeçar. Rumos errados. Sono. Mas, decididamente, a prosa começou do lugar errado.

A questão a ser posta aqui não trata de planos ou do passionalismo mais arrebatador. Falemos da calma.

A calma de poder viver um dia por vez, ao mesmo tempo em que se sabe do amanhã quase onipresente e do encadeamento de dias que se transformam numa sequência interessante de horas, momentos, ações, sonhos e tantas coisas mais.

Passar 24 horas desejando algo sem precisar sofrer por isso, ciente de que cada momento é único e não precisa ser apressado, e sim visto com olhos que apreciam a beleza e a ironia e o assombro do conjunto que compõe nossa existência.

É controlar a ansiedade, transformá-la no desejo consciente de que tudo está em seu lugar. De quem sabe a hora certa de esperar, mostrar-se vivo, que não esqueceu o que te faz enfrentar a jornada diária.

Mas, principalmente, entender que existe a hora de acender as velas, sentir o aroma, abraçar como se (aí sim) não houvesse amanhã, transformar a ordem em caos, espalhar o que te envolve e, então... Voltar a sentir-se vivo. E bem, muito bem.

Até começar tudo de novo.

Mas, enfim... Agora não é o momento de se lamentar a ausência, ainda mais quando se pode carregar um pedaço de outro alguém consigo. E não pensar no que se pode perder daqui a alguns meses, semanas ou anos. Ter a serenidade de ser feliz pelo tempo que nos é dado e conquistado simultaneamente.

O hoje, mais do que nunca, é a melhor época da vida para se viver.

É o que estou fazendo, e espero que você também.

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