domingo, 15 de fevereiro de 2009

Não vá pensar que estes olhares são dirigidos a ti, meu caro. Você é mais um na multidão, neste imenso grupo de irrelevâncias que se arrastam pesadamente neste globo rochoso.

A aventura humana é breve, fadada à insignificância que assombra todos os seres do universo.

E não será você que vai mudar isso. Então, vá viver de acordo com sua consciência. Esquece e vai sorrir. Porque nenhum de nós será lembrado, ao final.
Cinco músicas que gostaria de ter composto:

"Until the end of the world", U2;
"Pyramid song", Radiohead;
"A design of life", Manic Street Preachers;
"Los pajaros feridos", Astor Piazzola (acho);
"Everybody hurts", R.E.M.
A grande verdade, aquela da qual você se esquiva, mas sempre é jogada/ esfregada na sua cara, não é fácil. Não costuma ser.

Você acorda todos os dias, segue sua vida, trabalha, encontra seus amigos; mas não consegue esquecer. A única vantagem de guardar a dor para si é que ninguém percebe o quanto ela machuca. Mas você sangra do mesmo jeito.

A dor está em todas as coisas que você vê, ouve e sente. Pode ser uma saudade, uma ausência, uma tristeza imensa pelo que você não viveu. No final, corta do mesmo jeito.

E por que diabos isso te faz lembrar de uma música que não ouve há anos?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

1 Minuto

"Barbaridade!!!"

"Eu te avisei. Satisfeita?"

"Mas eu juro que acreditei que você não falava a sério. Logo hoje, e daquele jeito?"

"É. DAQUELE JEITO. Eu te avisei: falei que tinha pesquisado, que comentaram comigo. Até na praga da internet eu fui ver. Mas a sua teimosia..."

"Ah, você sabe que sou assim."

"É, eu sei."

"Mas não fica assim, o estrago foi pequeno."

"O problema não é o estrago, é a confiança. E essa tua impulsividade do cão."

"Eu já te falei, a Dra. Regina disse que preciso trabalhar isso, mas leva tempo."

"Então vou mandar a conta pra tua doutora."

"Credo, deixa de ser azedo! Se você faz tanta questão, eu pago tudo."

"Deixa pra lá. Só não fica parada, a gente desce no próximo."

E no próximo ponto desceram.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Havia a saudade. E uma certa irrelevância nos problemas alheios. Coisa natural, para quem parece viver concentrado em sua pequena concha. Mas toda aquela euforia começou a causar uma certa... Inquietação.

E foi essa inquietação que o fez acender as luzes, abrir as janelas, e perguntar a quem passava o motivo de tal contentamento.

Ninguém era capaz de lhe responder, todos estavam ansiosos demais em viver essa coisa absurda e sensacional que fora prometida, e agora estava à disposição de todos. Não havia restrições de sexo, idade, condição social. Não era justiça sendo feita, distribuição de empregos ou sapatos; ninguém fora eleito. Não havia prêmio, não era carnaval, nem final de Copa do Mundo ou alienígenas trazendo a Confraternização Universal.

Era o que sempre se esperou que acontecesse, mas ninguém jamais poderia explicar do que se tratava.

Tão simples. Mas não havia A Resposta. E, sem A Resposta, o homem preferiu trancar as janelas, apagar as luzes, e voltou a procurar a sua verdade particular.













(Sim, a culpa é da madrugada)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Não seja confiante demais.
Guarde sua felicidade pra ti.
Não pense que está tudo bem porque VOCÊ se sente bem.
Não acredite em destino.
Não acredite em todas as palavras proferidas.
Não acredite em olhares.
Duvide das promessas.
Desconfie dos sorrisos.