quarta-feira, 27 de abril de 2011

Já sofri feito o cão por amor, e não foi apenas uma vez.

Sentir seu coração feito em pedaços, pisoteado e atirado em qualquer sarjeta imunda não é uma situação que se encare com a mesma facilidade com que se encara tantos outros momentos ruins de nossa carreira como seres humanos nesta esfera imperfeita e - segundo Gagarin - azul.

Mas é o preço que se paga por estarmos vivos, por acordarmos todos os dias lutando não apenas para sobrevivermos dentro da cadeia alimentar, mas também para encontrarmos sentido no sentido da existência pura e simples.

Toda a dor acaba vindo do desejo de não sentirmos dor, alguém já disse isso, mas é um dos resultados finais que a peleja oferece. Apanhamos mais do que batemos, é verdade, mas é essencial pelejar. Acovardar-se porque o último final deixou cicatrizes é para os fracos de espírito; ter receio, colocar os dois pés atrás e respirar fundo por dois ou três minutos é normal, mas fugir à vida? Ah, isso é covardia.

Porque o mundo não para, as oportunidades surgem a cada segundo. E renunciar à vida, à felicidade, por causa de quem não merece, é proporcionar regozijo a cretinos que não se importam contigo. Carregar as marcas no coração, um pouco do luto, é parte da bagagem que faz de nós humanos e únicos dentro da variedade de seres pensantes que preferem salmão grelhado ao invés de carne podre de antílope.

Renunciar à chance de ser feliz para ficar alimentando a dor? Não, obrigado. Ainda carrego comigo desilusões de quem em muito investi e - infelizmente - não deu certo, mas nem por isso me coloco fechado a quem possa olhar para mim e ver o que tenho de melhor a oferecer.

Se o teu olhar cruzar com o meu amanhã, e eu sentir que você é a criatura com quem posso ter um futuro, eu não irei fugir, me acovardar. Porque o amor pode carregar muito de dor, mas ainda é a principal mola para nos impulsionar à felicidade.

E EU NÃO TENHO MEDO DE SER FELIZ.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Em algum momento as coisas irão retornar ao normal e me tornarei o que costumo ser: uma pessoa bem-humorada (hífen?) capaz de rir das situações cotidianas e que tem na esperança o motor a impulsionar todas as minhas manhãs.

Porém, até lá, reservo-me o direito de destilar meu ódio e rancor contra toda a humanidade e a todas pessoas que se dizem "felizes".

Uma hora passa, mas, por enquanto...

EU ODEIO VOCÊS.

domingo, 24 de abril de 2011

It's very simple.

Incontáveis outonos depois, cá estamos com o coração a escapulir pela boca, ansiosos por algo que nem sabemos muito bem o que é. Apenas que nos deixa com a epiderme eriçada a ponto de imaginarmos que não estamos no país tropical abençoado por Deus, mas sim em alguma nação próxima ao círculo polar ártico, onde quem manda são os futuros habitantes de Valhalla.

Nossa inconfundível capacidade de sentir.

Sendo assim, cá estou eu, ansioso, temeroso - mas com a esperança gritando a plenos pulmões que o céu azul e a música que toca são sinais inconfundíveis de que tudo vai dar certo.

A sincronicidade não existe apenas para você estar no lugar errado na hora errada, mas também para criar uma história com incontáveis finais felizes, pelo menos enquanto eles tiverem de existir.

It's very simple: a oportunidade de mudar não o todo - mas a parte que é preciso - esmurra as portas do destino que é criado por você, e tudo que se precisa fazer é dizer "seja bem vinda".

Vejo no futuro uma história fabulosa a ser escrita a quatro mãos. Aqui estou, sente-se ao meu lado, e vamos fazer desse papel em branco algo único e maravilhoso.

Basta a você se permitir. It's very simple.




terça-feira, 19 de abril de 2011

Existe aquele momento exasperante em que você já sabe que fez tudo que podia. Certo, talvez quase tudo.

É quando você se pergunta o que pode ter dado errado. E talvez a verdade é que você tenha tentado demais, amado demais... Sinceridade demais e ser "legal demais" nem sempre ajuda.

Porque a verdade, meu caro, é que o preto no branco não existe. Possivelmente nem o cinza. São tons esmaecidos demais para os seus olhos cansados. As pessoas são complicadas, é preferir pássaros voando apesar de você oferecer os mais belos canários de sua coleção.

E é por isso que eu não vou desistir da felicidade, mas não vou me apegar a esperanças vãs que são massacradas "pelo passado" ou por resoluções que só valem contra você e são ignoradas para todos os outros confrades de sua espécie.

Apesar do absurdo das negativas recebidas ao oferecer o mundo e um pouco mais, é o que tenho a presentear a quem assim desejar. Que saiba valorizar as canções perdidas nas madrugadas e a as palavras sinceras que não têm hora para nascer.

Que seja para você, que quer viver o hoje, o amanhã, e não se privar das boas possibilidades por convicções que servem de válvula de escape para os medos e afins. Que olhe para a mim e veja o que tenho, o que sou, e que prefira tomar mais uma taça de vinho mesmo que a de ontem tenha provocado a maior ressaca moral da sua vida.

No dia em que olhar para mim e perceber o amor que tenho por ti, não desvie, não fuja, não fique a desconversar. Abrace essa nova aventura maravilhosa que se entrega aos seus braços, que pode levar a caminhos diferentes e sublimes.

Estou, sinceramente, de coração aberto para receber teus carinhos, tuas palavras, olhares, gestos, beijos, beliscões, mordidas, unhadas e arranhões. E sorrisos, suspiros, lágrimas, gargalhadas e confidências madrugada a dentro.

Eu quero, sim, me apaixonar por você. A porta está aberta, basta entrar. Seja bem vinda ao meu pequeno universo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Existem certas urgências que não conseguimos explicar. Um belo eufemismo para ansiedade. Mesmo já tendo completado 37 voltas em torno do astro-rei ainda me vejo com a sensação de que é preciso resolver-se tudo hoje. Aliás, agora.

Que palavras sejam ditas, olhares correspondidos, que a ação saia do campo da simples retórica.

E o mais engraçado é perceber que vivo numa torrente de emoções que lutam entre si: a razão contra o lado esquerdo do peito, ambos absolutamente irredutíveis em suas posições.

E quem precisa ser o juiz sou eu.

Já se pode perceber que isso não costuma dar certo.

Mas deixe estar: impetuoso ou racional, meu único desejo é fazer o que é certo ao final, saber a hora certa de liberar a fúria apaixonada que bombeia o meu sangue e também quando deixar o cérebro frear meus ímpetos de quem parece ter voltado a ter 14 anos. O tão falado equilíbrio que parece existir em... Alguém sabe dizer?

E assim vamos vivendo, esperando o dia chegar, o encontro acontecer, os sorrisos escapulirem naturalmente enquanto as mãos se entrelaçam e os lábios aguardam a confirmação do que se sonhou. Mesmo que as partes envolvidas sejam diametralmente opostas no que diz respeito ao otimismo.

Até que se prove o contrário, carrego comigo a certeza de que tudo dará certo. Afinal, tenho tudo a ganhar.

E você também, não duvide disso!

sábado, 9 de abril de 2011

Pode ser que absolutamente nada aconteça hoje. Que eu fique preso à minha casa o dia inteiro cuidando da faxina e ouvindo música e lendo e assistindo à TV e praguejando meu destino insólito enquanto algum comercial de produto milagroso se cristalize na tela.

Ou pode ser que tudo dê certo.

É uma parte indissociável da nossa persona: a expectativa.

O que eu quero, hoje, é me deitar e pensar no que me encanta até perder toda a consciência. E acordar, demorar a dormir de novo, rolar na cama. E então dormir novamente, e sonhar, e novamente acordar com a mão formigando. E o dia amanhecendo.

Perceber então como é difícil dormir quando há muito o que fazer, dizer, sentir, desejar.

Para então acordar praguejando que o celular te desperta mais uma vez com uma música animada que não condiz com meu estado de estupor morfético. Mas tudo bem, logo irei me lembrar do que me espera e a vontade será de gritar ao mundo o quanto eu quero estar feliz ao fim do dia.

Será hora de observar o lento derretimento dos segundos que teimam em passar tal e qual caixas de supermercado entediadas numa tarde de quinta-feira. E talvez lutar com o telefone, sentir a respiração fugir, e talvez não alcançar o objetivo. Ou não.

E aí a música se tornar mais alta e me sentir no meio de um musical, por mais ridículo que considere toda aquela cantoria cinematográfica.

Toda a preparação, a escolha, as horas passando ainda mais devagar. Com outros compromissos a resolver, coisas que não esperam o amanhã, mas que se dane. É uma questão de se livrar das correntes e partir para encontrar o destino.

Com o sol fugindo por entre as estruturas de metal que há décadas compõem a paisagem, será o momento de o coração teimar em fugir pela boca, esquecer tudo o que passou e voltar a ter quinze anos (ou treze, ou mesmo vinte e sete).

Será o momento em que a vida pode tomar um rumo totalmente diferente.

Acredite, é o que mais desejo.

















(Mas pode ser que esteja praguejando meu destino em menos de doze horas, não há otimismo que resista à pessimista realidade. Façam suas apostas)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sempre existe um momento em que precisamos fugir da solidão como se esta fosse uma criatura invencível, com seus milhares da cavalos de potência ou uma capacidade de permanecer infatigável, enquanto nós, reles mortais que somos, precisamos lutar - e perder - com o fato de que somos falíveis.

É porque essa solidão é um pequeno demônio de dezessete mil vidas, não importa se estamos em um estádio de futebol, em uma lotação, ou rodeados de amigos. Ou da família.

Basta apenas que as coisas deixem de fazer sentido por um instante.

Tudo uma questão de perspectiva, eu sei. Mas não é da nossa natureza o egoísmo? E sejamos sinceros: nem todo o egoísmo é ruim.

Acreditamos piamente que tal coisa nos fará felizes: um carro, o emprego, o título mundial, o sexo sem limites, o amor. A partir daí qualquer coisa que nos impeça parecerá um capricho da natureza, ou simplesmente maldade no coração de alguém.

E isso nos faz terrivelmente solitários.

Mesmo num dia em que tudo pareça correr bem, que seus amigos e colegas te elogiem, que todas as piadas sejam engraçadas, que tudo ocorra a seu tempo, lá estará aquele instante em que você respira fundo, se olha no espelho, e pensa: "que desgraça".

Porque ninguém, definitivamente, conhece o ser humano enraizado na alma que chora, ri, deseja e trama. Sente inveja, medo, decepção.

E, a bem da verdade, você tem o direito de sentir isso. Eu tenho esse direito também.

Hoje eu não me sinto só, sinto apenas saudade de algo que - ora, veja - ainda não vivi. Mas anseio. O que sinto hoje é a ausência.

Mas também tive meus dias ruins, não imaginas o quanto. E eram dias bons, ao final. Porém, me reservei o direito de achar que tudo, quando as cortinas baixavam, as luzes se apagavam e deitava virado para o lado vazio da minha cama... Ah, a solidão me perseguiu, sim.

Com certeza não estou absurdamente feliz como tempos atrás, pelo menos não posso me queixar da tristeza insensata. Tenho uma boa carga de esperança inflamando meu peito.

Vamos ver como será o amanhã.