terça-feira, 13 de março de 2012

Life for dummies

Como funciona:

Você é um ser humano.

Pernas, braços, mãos, órgãos sexuais, vísceras, veias, sangue, cérebro, músculos, ossos, cartilagens, coisas entrando e saindo de você. Neurônios.

Consciência.

Desejos.

Uma visão de mundo centrada no indivíduo. Sim, senhor.

Psicologia, psiquiatria, ginecologista, proctologista, dentista. Professor, doméstica, motorista, caixa de banco e o vizinho.

Carro, casa, cueca, jeans, sapatos, chicotes, plugues anais, luvas, guarda-chuvas, calcinhas, sutiãs, vestidos e óculos.

Esqueci de algumas coisas.

Somos feitos de carnes, vontades, histórias, memórias, ansiedades, futuros e dias e noites e empregos e férias e desemprego e estudo e vagabundagem, também.

Somos milhares de coisas, e somos nada ao final.

Ancorados em uma esfera azul, com mais alguns bilhões de bípedes imbecis. Mas aqui estamos.

Vivendo. Tomando decisões.

E o pior: sem poder esquecer delas. A vida não é um brilho eterno de uma mente sem lembranças.

Tudo aquilo que se fez de errado, que você acha que não merecia ter acontecido com você, mas que está marcado a ferro e fogo em sua massa encefálica. E é preciso viver com isso.

Vamos rir disso tudo. Rir do passado, das pessoas, das histórias. Tornar tudo que não presta insignificante. Lembrar que a vida ainda promete ser longa, e que há muitos espaços no jardim da memória a serem preenchidos com coisas boas.

Sorrisos. Viagens. Ligações. Encontros, conversas, festas, planos, sexo, um país distante (?).

Amor, enfim.

São quase quatro meses de uma história que só me faz bem. E eu sou um homem de viver o agora.

E eu vejo uma vida melhor no futuro, que o meu passado terá lembranças felizes que irão se confundir com um futuro/presente que já acontece.

E aqui estamos, eu e você. Cento e vinte dias. E contando. Como isso é bom.


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