sexta-feira, 30 de setembro de 2011

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Vontade.

Vontade de zerar tudo.

Família.

Amigos.

Relacionamentos.

Empregos.

Faculdade.

Cidade.

País.

Passado.

Presente.

E futuro.

Personalidade.

Sonhos.

Expectativas.

Esperanças.

Amores.

Desejos.

Trepadas.

Memórias.

Músicas.

Livros.

Filmes.

Redes sociais.

Apelidos.

Altura.

Peso.

Cor.

Cabelo.

Roupas, casacos, sapatos e meias.

Opiniões.

Abordagens.

Maturidade.

Estilo.

Palavras.

Gestos.

Sociabilidade.

Tato.

Minha cama.

Meu quarto.

Minha casa.

Pratos preferidos.

Esporte.

Bondade.

Egoísmo.

E um pouco mais.

Tudo.

ABSOLUTAMENTE TUDO.

Zerado. Uma página em branco.

Sem referências de coisas, lugares, pessoas, cheiros, sentimentos e habilidades.

Algo que nunca existiu.

Para ver se, começando de novo, sem nenhum rastro do que sou ou já fui, eu possa enfim encontrar o que procuro.

Eu só preciso ser o zero, o ponto de partida, o nada primordial.

Sem forma ou substância.

Para enfim poder dar certo.

Mas isso NUNCA VAI ACONTECER.



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

#333

Há momentos em que você precisa seguir pelo caminho mais difícil. Porque ele é o melhor. Ou talvez porque seja o único.

E não se trata de filosofia barata, mesmo que seja óbvio e doloroso. É a constatação de que nossos sonhos, muitas vezes, são apenas sonhos. Ainda mais quando são apenas nossos e de mais ninguém.

Ainda mais quando o outro alguém é incapaz de sonhar.

É a história que se repete: o chão que desaparece, a falta de rumo, a insegurança, ansiedade e a impressão de que todas as possibilidades estão contra você. Que as regras do jogo são criadas e modificadas para que exista sempre um único perdedor.

Ainda mais quando se deseja algo que ninguém mais se importa. Pelo menos não contigo.

A sensação da invisibilidade.

Ou de que é preciso se contentar com pouco.

A vontade de gritar que sim, você existe. E tem sentimentos. E uma vida. Um coração. Senso de humor, ronco e bons filmes na prateleira. Bons amigos. Um abraço quente e café da manhã na cama e o desejo de recomeçar toda a noite anterior. Que busca encantar nos menores gestos.

E dividir as coisas banais.

Não é fácil, infelizmente, por mais simples que possa parecer.

E que encaremos o caminho mais espinhoso.