segunda-feira, 30 de maio de 2011

Perdemos tempo.

Instantes.

Plenitudes e epifanias que giram ao nosso redor como táquions de oportunidades que possuem uma capacidade de nos arremessar a outro estado de existência. Viver o depois agora.

Ao invés disso, porém, todavia, todos os entretantos que possam ser transformados em sinônimos, cá estamos nós arrastando experiências terrenas que não produzem aprendizado, evolução, benefício.

Felicidade em estado bruto.

Talvez a mais valiosa de todas, por não passar por lapidação, síntese, questionamento.

É importante, sim, viver cada situação conforme os compassos regidos pela sinfonia que faz todas as coisas se entrelaçarem. Mas não precisamos abraçar o rigor matemático do tempo em... Tempo integral.

Há o momento de se trabalhar, estudar, e esperar que a fila da Receita Federal peça que se dê um passo à frente. A pequena grande desgraça que envenena nossas almas infantis é se abraçar exclusivamente à escravidão do mundo modernos de cartões de ponto, roletas, engarrafamentos, fast foods emocionais e 2.354 calorias consumidas em oito minutos para não se perder prazos que serão ignorados quando a conveniência mostrar que não somos nada para quem nada tem.

O que se vê, porém, é um mundo que oferece tanto ao mesmo tempo que exige demais. Velocidades de conexão que desconectam-nos do que um dia era tão caro e simples, prazeroso e divertido.

Tornamo-nos artificiais.

Amizades em pacotes de bits.

Relacionamentos medidos em pixels e bônus de celulares.

Distâncias dramaticamente encurtadas para que sejamos, ao final, tão distantes.

Não.

O mundo que temos é o que desejávamos, e se assim está é porque tomamos a superestrada informacional para lugar algum.

E que talvez não tenha volta, satélites não possuem vias alternativas.

Mas vamos seguir em frente.

Lembrar e redescobrir o quanto que de carne e osso temos ainda para gastar até o final, e lembrar que do outro ponto dessa conexão existe alguém "vivendo" exatamente a mesma vida, tentando entender o absurdo das coisas mesmo que não tenha a menor noção do que está fazendo.

Deixar que a virtualidade se materialize, para que sejamos o que carregamos desde o momento que nascemos.

Humanos.

Sem Protocolos de Internet.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Hoje, a minha vontade é de escrever uma carta para você.

Contar como foi o meu dia, e confesso que ele me cansou mais do que esperava. Resultado de uma noite que foi curta e de um sono breve e pesado. De pequenos silêncios e risos e perguntas que não querem calar. E de coisas que não queremos fazer.

Dia de pequenas irritações e correrias e fome que precisou esperar. De escolhas, negociações e pesquisas. E sono. E preguiça.

E expectativa.

E também conversas sem rosto que pediam apoio, e outras que trouxeram inesperadas descobertas. Além daquelas que parecem chegar a lugar algum. Não poderia faltar a que serve apenas para me perguntar: "por que diabos ainda me preocupo com isso?"

E foi hora de mudar de ares, de preparar coisas que foram ignoradas. Reencontrar pessoas, me divertir um bocado, e testar algo que parece uma causa perdida.

Enfim... Minha vontade era poder revelar para ti as cores do mundo que enxergo através dos meus olhos, mesmo com a minha coluna que vive a se tornar um incômodo gigantesco. Poder filosofar sobre coisas importantes e cretinas pelo simples desejo de compartilhá-las contigo, nessa vã tentativa de tentar entender um mundo que é muito menos que eu, que nós dois. é o mundo que precisa aprender conosco, é totalmente irrelevante tentar entender sérvios, croatas, muçulmanos, ortodoxos gregos, fãs do UFC e gente que assiste a shows de Mariah Carey.

De que adiantaria entender toda a geopolítica ou a teoria das cordas se eu for incapaz de desnudar a sua alma quando você olhar para o lado, envergonhada pela minha cantada mais adolescente?

É preciso que nossa história se torne o centro das coisas para que, assim, tudo possa se conectar aos poucos, encontrando o seu lugar em nossa realidade.

Eu quero, sim, que a piada sem graça que ouviu no trabalho seja a coisa mais importante do meu dia. Que você seja o sol do meu dia, a lua da minha noite. Que todas as minhas histórias, todos os meus segredos, desejos e conquistas sejam seus.

Eu quero que todas as minhas cartas, olhares, suspiros e canções sejam endereçadas para você.








Antes, porém, eu preciso descobrir quem é você.


domingo, 15 de maio de 2011

Ah, sua feia

Existe algo especial, único, que carregarei comigo até o túmulo. Ou pode ser que também me atirem ao mar quando estiver lívido.

Mas isso não importa. Esteja onde estiver, queira o destino me carregar por caminhos inesperados e tortuosos... Você estará comigo.

O teu sorriso.

A tua voz.

Aquelas poucas centenas de dias em que fomos um, em que qualquer criatura com o mínimo de sensatez poderia ter certeza de que eu era o homem mais feliz do planeta. E eu sequer precisava de dinheiro ou conquistas pessoais ou bens.

Eu só precisava de ti.

Era a constatação de que o improvável poderia dar certo por um motivo bem simples: o respeito mútuo, o companheirismo, a capacidade de conversar e, mesmo discordando, saber que tudo terminaria bem.

Pelo simples fato de que éramos as pessoas certas, no lugar certo, no momento certo.

De repente percebi que não poderia ter tudo o que esperava. E ao mesmo tempo era como se eu tivesse muito mais do que havia desejado. Era ter comigo alguém que, sem fazer esforço, havia me conquistado irremediavelmente desde o primeiro instante, o primeiro sorriso, e que não precisava de muito para me cativar a cada dia mais.

De tudo de maravilhoso que existia restaram as fotos. De uma época em que a felicidade era absoluta e estava estampada em nossos sorrisos, porque juntos éramos a conjunção perfeita do que deveria ser o dois que se transforma em um. Instantâneos que mostram o quanto a vida poderia ser... Perfeita? Não. Mas a prova cabal de que um mundo poderia se resumir a nós dois e fazer todo o sentido.

Mesmo que as fotos não existissem mais, sempre teria comigo as lembranças. De todos os dias, todos os pensamentos, ligações, os momentos em que você descia do ônibus e toda a espera se justificava. As noites que passamos juntos. As risadas, os apelidos, todas as vezes em que pegamos no pé um do outro. Todas as histórias que tínhamos para contar e que vivemos juntos, também.

Eu só posso agradecer a você por ter feito parte da minha vida, e assim poder olhar nos teus olhos e dizer "eu te amo".



























Sua coisa.