Pergunte a qualquer um, e... Não, pergunte nada. Apenas uma certa porcentagem da humanidade é movida por anseios. Aqueles momentos em que você precisa fazer algo que é impossível explicar. Por mais estúpido e incompreensível que seja, apenas precisa ser feito. E naquele momento, não adianta deixar para depois.
Sejamos sinceros: você precisa apenas da gargalhada histérica, de poder ridicularizar a pessoa ao lado, dar um abraço apertado ou correr feito uma criança. Cantar bem alto a música que ninguém pode saber que você conhece e que acha legal. Demonstrar o quanto você está cansado do tédio que acomete a vida de todos, ter a sensação de que pode ser livre e desapegado das coisas do mundo e dos compromissos da vida em sociedade.
Confessionário: ligar agora para a pessoa que me faz feliz, conversar com ela até o dia raiar, desejar que ela pegue o primeiro ônibus para minha cidade, para vermos o sol nascer e dormirmos juntos com aquela sensação que só os corpos unidos podem proporcionar. E acordar quando desse na telha, para comermos qualquer besteira que possa nos causar um infarto fulminante daqui a vinte ou trinta anos, mas sentirmos que estamos vivos AGORA. Perder a noção das horas e dos dias. E rirmos juntos das nossas atitudes inconsequentes sob o chuveiro.
Quero poder acordar todos os dias às três da manhã para, encostado à janela, admirar o seu sono merecido, parcialmente coberto pelo fino lençol, e pensar em como a vida pode ser boa, afinal. Anular todas as distâncias. E cantar no seu ouvido as coisas mais lindas que eu conheço, mas também as tolices que te fazem rir e me apertar quando tento fugir de ti.
Eu, que odeio os musicais, quero que todas as tolas canções de amor, as canções pop que podem salvar minha vida, se transformem na trilha sonora da minha existência. Há tanto que desejo para minha vida que seriam necessárias três encarnações, apenas para começar. Coisa de quem chuta a porta do tribunal da vida e exige o que é seu de direito.
Creio que vocês entenderam a mensagem.
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