Havia a saudade. E uma certa irrelevância nos problemas alheios. Coisa natural, para quem parece viver concentrado em sua pequena concha. Mas toda aquela euforia começou a causar uma certa... Inquietação.
E foi essa inquietação que o fez acender as luzes, abrir as janelas, e perguntar a quem passava o motivo de tal contentamento.
Ninguém era capaz de lhe responder, todos estavam ansiosos demais em viver essa coisa absurda e sensacional que fora prometida, e agora estava à disposição de todos. Não havia restrições de sexo, idade, condição social. Não era justiça sendo feita, distribuição de empregos ou sapatos; ninguém fora eleito. Não havia prêmio, não era carnaval, nem final de Copa do Mundo ou alienígenas trazendo a Confraternização Universal.
Era o que sempre se esperou que acontecesse, mas ninguém jamais poderia explicar do que se tratava.
Tão simples. Mas não havia A Resposta. E, sem A Resposta, o homem preferiu trancar as janelas, apagar as luzes, e voltou a procurar a sua verdade particular.
(Sim, a culpa é da madrugada)
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