Dois mil e nove chegou, e trouxe com ele mais um dos blockbusters ianques, "O dia em que a Terra parou". No filme, o personagem interpretado pelo eterno Neo, Keanu Reeves, diz que, se a Terra perecer, o homem é arrastado junto, e que o contrário não aconteceria. Daí, segue-se uma frenética tentativa de se salvar a espécie humana, etc. Enfim, a eterna e surrada história que faz a humanidade se unir contra algo maior que nossas mesquinhas diferenças.
Mas fica a pergunta: E SE FOSSE VERDADE? E se amanhã, ao acordar, você se deparasse com todas as emissoras de TV relatando uma ameaça real e imediata ao planeta? Qual seria a reação das pessoas em geral? E daqueles que decidem as coisas por nós? Agora mesmo vemos os judeus, que sofreram por quase dois mil anos com a Diáspora, a Inquisição, o Holocausto, literalmente "tocando o terror" na Faixa de Gaza. Chineses oprimindo tibetanos. Russos ameaçando deixar metade da Europa com frio. Americanos com o anacrônico embargo a Cuba. Paquistaneses e indianos esperando um motivo qualquer para se matarem. alguém realmente acredita que essa gente toda, entre tantas outras que se matam e perseguem por todo o globo, seria capaz de se unir, repentinamente, contra algo que mal compreenderiam?
A ficção, por mais que existam aqueles que conhecem a verdadeira natureza humana, sempre acaba acreditando que nossa espécie é capaz de ser altruísta, racional, desapegada aos sentimentos ruins, quando tudo parece desmoronar. Claro, isso gera cinemas lotados, lavagem de roupa suja durante o extermínio do planeta não vende ingresso. Mas a dura e dolorosa verdade é que, infelizmente, a humanidade seria capaz de se unir apenas quando fosse tarde demais.
Para nosso alívio, os klingons e tripods existem apenas na imaginação de mentes prodigiosas.
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